FERNANDA LEITE 10h30
DA REDAÇÃO
A Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap), poderá vender uma dívida de inadimplência de consumidores de Cuiabá, no valor R$ 70 milhões. A denúncia foi feita na tarde de ontem (25), pelo vereador Lúdio Cabral (PT). Segundo ele a dívida será vendida a uma empresa especializada em cobranças, que embolsará cerca de R$ 21 milhões dos cofres públicos.
"O prefeito Chico Galindo (PTB), vai terceirizar o serviço de cobrança da Sanecap e isso se caracteriza em crime contra a sociedade. R$ 21 milhões é um valor absurdo que a empresa pensa em cobrar", criticou.
O vereador destacou a importância da união dos paramentares. Segundo ele, somente um acumulo de forças pode impedir a venda da estatal.
Em audiência pública realizada ontem (25) na Câmara, foram apresentadas 10 propostas para evitar a venda da Sanecap, entre elas, o melhoramento do cadastro do consumidor. A organização dos cadastros poderia elevar a arrecadação e R$ 8 milhões para R$ 12 milhões, segundo parlamentares.
Outra proposta é a criação de lei para impedir perfuração de poços artesianos e que, o abastecimento seja esclusividade da Sanecap.
O deputados estaduais, Guilherme Maluf (PSDB) e Emanuel Pinheiro (PR) já declaram ser contra a venda da empresa e querem debater melhor o assunto com o prefeito.
Outro lado
O Presidente da Sanecap, Aray Fonseca, afirmou ser contra a privatização. "Privatização nunca. Isso é o que determinou o prefeito Francisco Galindo. O que estamos estudando é a possibilidade de uma parceria com os governos estadual e federal e até mesmo com a iniciativa privada para então conseguirmos recursos para fazer investimentos, pois a Sanecap sozinha não vai conseguir resolver o problema da água e do esgoto na capital", disse Fonseca.
Conforme Aray Fonseca, a Sanecap tem que sair do "vermelho" para, pelo menos, ficar no "azul", ou seja, deixar de ser deficitária. Para tanto será necessário reduzir custos, cortar gastos e, então, ampliar a arrecadação.
"Sabemos que mesmo melhorando a arrecadação não teremos capacidade de investimentos, pois Cuiabá precisa atualmente de R$ 577 milhões para resolver o problema de esgoto e cerca de R$ 400 milhões para a água, ou seja, são quase R$ 1 bilhão para resolver essas questões em definitivo. É muito investimento para pouca capacidade de arrecadação", disse Fonseca, acrescentando que a intenção é diminuir cerca de R$ 1 milhão em despesas por mês para sair do vermelho.
