VANESSA MORENO
DO REPÓRTERMT
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Carlos Cini Marchionatti, negou um recurso e manteve a prisão preventiva de Paulo Witer Farias Paelo, conhecido como WT, apontado como tesoureiro de uma facção criminosa. Para o ministro, a prisão garante a ordem pública, diante da gravidade dos crimes cometidos pelo réu, que é acusado de integrar organização criminosa e lavagem de dinheiro.
“Observa-se que a prisão preventiva encontra-se fundamentada na garantia da ordem pública, considerando a gravidade das condutas (organização criminosa e lavagem de dinheiro), bem como em razão da periculosidade do ora recorrente, o qual foi apontado como membro da fação criminosa”, diz trecho da decisão proferida no último domingo (17).
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A decisão que decretou a prisão de WT foi proferida em novembro de 2024 e apontou que possuem indícios suficientes de que réu cometeu os crimes.
Além disso, foi destacado ainda o grau de periculosidade dele, que possui antecedentes criminais e já foi alvo de diversas operações policiais, sendo reconhecido como membro da facção “que é conhecida por liderar o tráfico de drogas e por se estabelecer em comunidades onde impõem suas vontades através dos crimes, mantendo a população refém, utilizando métodos de tortura, tanto psicológica quanto física para aterrorizar os cidadãos, além de se aproveitarem das dificuldades da população para conquistá-los por meio de "ajuda" com ações sociais fraudulentas, cujo único propósito é acalmar a sociedade e lavar o dinheiro ilícito da organização”.
WT tinha um time de futebol amador, promovia eventos e agia com assistencialismo distribuindo cestas básicas para a comunidade. Ele também é apontado como homem de confiança de Sandro Silva Rabelo, conhecido como Sandro Louco e denominado “líder supremo” da facção.
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Investigações apontam também que Paulo Witer movimentou mais de R$65 milhões provenientes do tráfico de drogas em apenas dois anos.
A defesa do réu tentou converter a prisão preventiva em medidas cautelares, alegando ausência de indícios de autoria do crime, de requisitos para a prisão e ainda que a prisão é uma ofensa ao princípio constitucional da presunção de inocência.
O ministro, por outro lado, rejeitou as alegações e ressaltou a necessidade de interromper ou diminuir a atuação de integrantes de organizações criminosas.
Carlos Cini Marchionatti sustentou ainda que qualquer medida cautelar diversa à prisão é inaplicável, pois a gravidade dos crimes cometidos por WT evidencia que providências menos gravosas são insuficientes neste caso.
Paulo Witer foi alvo das operações Red Money, Apito Final e Fair Play e já havia sido submetido a outros mandados de prisão preventiva antes deste que ele tenta reverter no STJ. Ele está preso desde o dia 29 de março de 2024, na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.