GUSTAVO CASTRO
DO REPÓRTERMT
O advogado e analista ambiental Cleber Figueiredo Lagreca, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), segue recebendo altos salários mesmo após ser preso, acusado de espancar, estuprar e matar a empresária Elaine Stellato, de 45 anos, no Lago do Manso.
Em consulta ao Portal da Transparência, consta que em agosto deste ano ele recebeu R$ 55.856,56 de salário bruto, com rendimento líquido de R$ 39.019,17.
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Cleber foi nomeado em 31 de março de 2008 como analista de meio ambiente efetivo, com carga horária de 40 horas semanais. Apesar de estar preso desde setembro de 2024, quando teve a preventiva decretada, continua na folha de pagamento do Estado.
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Nesta semana, o Ministério Público Estadual (MPE) emitiu parecer contrário ao pedido da defesa para que ele seja colocado em prisão domiciliar. A manifestação, assinada pelo procurador Antonio Sergio Cordeiro Piedade, destaca a periculosidade do servidor e rebate os argumentos da defesa, que alegava que a preventiva teria sido decretada com base em crime inexistente e que o acusado necessitaria da domiciliar por questões de saúde e para cuidar do irmão, portador de esquizofrenia.
Cleber foi denunciado pelos crimes de estupro, feminicídio e fraude processual.
Caso
Em 19 de outubro de 2023, durante um passeio de lancha, Cleber tentou manter relação sexual com Elaine, que se negou. Diante da recusa, o advogado a espancou, estuprou e matou por asfixia. Em seguida, amarrou uma corda no corpo da vítima e a jogou na água, tentando simular um afogamento.
A versão apresentada por ele, de que a empresária teria caído no lago ao nadar com o barco em movimento, foi desmentida por provas periciais e reproduções simuladas, que confirmaram o crime. Após o feminicídio, Cleber fugiu e foi preso quase um ano depois em um hotel no bairro Alvorada, em Cuiabá.