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Cuiabá, 26 de Novembro de 2025
26 de Novembro de 2025

26 de Novembro de 2025, 18h:55 - A | A

POLÍCIA / AGIOTAGEM

PMs investigados pelo Gaeco emprestavam dinheiro e cobravam até 50% de juros ao mês em MT

Operação Fides Fracta, deflagrada pelo Gaeco na manhã de hoje (26), desmontou grupo com 24 investigados por agiotagem e extorsão

VANESSA MORENO
DO REPÓRTERMT



O grupo criminoso que foi alvo da Operação Fides Fracta, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) na manhã de hoje (26), emprestava dinheiro a juros de até 50% ao mês. Entre os criminosos estão nove policiais militares, sendo dois aposentados por incapacidade e um, que atuava como líder do esquema, que pediu afastamento dos quadros da Polícia Militar porque enriqueceu com o esquema.

De acordo com o delegado do Gaeco, Hércules Batista Gonçalves, um dos responsáveis pelo caso, para os colegas de farda os juros dos empréstimos eram de 15%.

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“Alguns empréstimos chegavam ao absurdo de 50% de juros ao mês e ficou demonstrado também que para os colegas de farda eles cobravam juros de 15%. Então você percebe aí uma busca ao lucro a todo custo e o emprego de todos os meios para a concepção dos objetivos da organização, que era uma elevação patrimonial absurda, exponencial, que chegou ao patamar de movimentações milionárias”, explicou o delegado.

Entre os investigado está o ex-policial Tiago Alves da Silva, apontado como líder do esquema. Tiago chegou a abrir uma loja de veículos e utilizava um avião particular para viajar entre Mato Grosso e Goiânia, onde mora um dos comparsas. Além dele, também são investigados os policiais da ativa Mário Sérgio de Oliveira, Pedro Antônio Norato Victor, Eloi Adriano Alfonso Moraes, Nilson Moraes de Aguiar e Oberdann Vinícius de Morais, além de dois PMs aposentados por incapacidade. Também integram o grupo criminoso Jonny Zielasko Junior e Victor Hugo Lucas Silva, este último atuando como contador responsável por parte da movimentação financeira.

Para cobrar os valores emprestados, os criminosos praticavam extorsões e até tortura.

“Era empregada violência e grave ameaça contra várias vítimas. Há no inquérito vários boletins de ocorrência que demonstram que várias vítimas registraram ocorrência contra integrantes dessa organização criminosa”, revelou.

Ao todo, 24 pessoas estão envolvidas no esquema. Além dos PMs, participam do grupo criminoso esposas, ex-exposas, amigos e familiares deles. A maioria dos alvos são de Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da capital, e um deles é Goiânia (GO). Além da agiotagem, das extorsões e torturas, o bando praticava os crimes de falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e ocultação patrimonial. Cada um deles chegou a movimentar mais de R$ 1 milhão, mas, segundo Hércules Gonçalves, o valor movimentado pode ser ainda maior.

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Desde as primeiras horas do dia estão sendo cumpridos 28 mandados de busca e apreensão, 22 sequestros de bens e bloqueio de até R$ 1 milhão por investigado.

As investigações tiveram início em 2021, por meio de um inquérito instaurado pela Corregedoria da Polícia Militar para apurar o enriquecimento ilícito do PM líder do esquema. Por meio de nota, a PM informou que os envolvidos já foram afastados de suas atividades e que providências administrativas estão sendo adotadas.

Confira a nota na íntegra:

A Polícia Militar de Mato Grosso informa que, como o próprio Ministério Público já divulgou, foi a Corregedoria-Geral da PM a responsável por denunciar os militares alvos da Operação Fides Fracta, deflagrada nesta quarta-feira (26). Todos os envolvidos já foram afastados de suas atividades ostensivas.

A PMMT ressalta que já adotou todas as providências de responsabilização administrativa dos envolvidos e que não coaduna com nenhum tipo de crime ou atividade ilícita por parte de seus integrantes.

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