Laboratório que falsificava exames foi contratado pela Prefeitura de Cuiabá na gestão de Emanuel Pinheiro

PJC-MT

A rede de laboratórios é acusada de fraudes e falsificação de exames laboratoriais

VANESSA MORENO
DO REPÓRTERMT

A BioSeg Saúde e Segurança do Trabalho, alvo da Operação Contraprova, deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta sexta-feira (15), prestava serviços para a Prefeitura de Cuiabá e foi contratada na gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), em dezembro de 2021. A rede de laboratórios é acusada de fraudes e falsificação de exames laboratoriais.

As irregularidades foram descobertas em abril deste ano, já na gestão Abilio Brunini (PL), após denúncia da Vigilância Sanitária Municipal de Cuiabá, que apontou a suspeita de que o laboratório não realizava as análises das amostras coletadas e ainda assim emitia laudo. 

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Durante fiscalização, foi encontrada uma coleta de sangue sendo feita para um paciente que foi encaminhado ao laboratório pela Prefeitura. Contudo, o laboratório não possuía nenhum equipamento em funcionamento para a realização dos exames. No local, foram encontradas ainda amostras de sangue armazenadas de forma inadequada.

Na época, o responsável técnico, que também é biomédico, foi preso em flagrante e o laboratório foi interditado. Ele tentou explicar dizendo que as amostras de sangue eram enviadas para outro laboratório terceirizado, mas não conseguiu provar.

Dentre os serviços oferecidos pela BioSeg está o recebimento e coleta de amostras de material biológico, incluindo secreção de pacientes de home care, exames de covid-19, toxicológico e de doenças como sífilis, HIV e hepatites. Além de Cuiabá, a rede possuía unidades em Sinop e Sorriso.

Ao longo das investigações, foi constatado que as amostras coletadas dos pacientes eram, na verdade, descartadas sem qualquer análise e os resultados dos laudos eram falsificados pelo sócio responsável técnico, que acabou sendo preso novamente nesta sexta-feira. 

Fora a ordem de prisão, a Polícia Civil cumpre nesta sexta ordens de busca e apreensão nas casas dos sócios e unidades da empresa, interdição judicial das três unidades, suspensão do registro de biomédico do sócio preso, suspensão de contratos do laboratório com o Poder Público e proibição dos sócios de contratar com órgãos públicos da União, Estados e Municípios.

Além da Prefeitura de Cuiabá, na qual a Bioseg continua contratada, ela também prestava serviços para outros órgãos públicos como Câmara Municipal de Cuiabá, clínicas médicas e nutricionais particulares, um convênio médico e pacientes particulares.