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Cuiabá, 02 de Novembro de 2025
02 de Novembro de 2025

02 de Novembro de 2025, 08h:40 - A | A

POLÍCIA / AMIGOS WT

Justiça manda soltar comparsa de tesoureiro de facção

Emerson Ferreira Lima foi acusado de tentar atrapalhar investigações da polícia; agora ele será monitorado por tornozeleira eletrônica.

VANESSA MORENO
DO REPÓRTERMT



A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) decidiu, por unanimidade, soltar Emerson Ferreira Lima, conhecido como “Gordinho”. Ele estava preso desde 10 de setembro, acusado de atrapalhar investigações da Operação Tempo Extra, deflagrada pela Polícia Civil como desdobramento da Operação Apito Final, que desarticulou um esquema de lavagem de dinheiro ligado a uma facção criminosa. Agora, ele passará a ser monitorado por tornozeleira eletrônica.

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Amigo de tesoureiro de facção é denunciado pelo MP por tentar atrapalhar investigação

“O paciente faz jus à substituição da custódia por medidas cautelares alternativas, sob monitoramento eletrônico, diante dos indicativos de envolvimento em organização criminosa”, disse o desembargador Marcos Machado, relator do processo.

Emerson é apontado pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) como amigo e possível substituto de Paulo Witer Farias Paelo, o “WT”, tesoureiro da facção que foi preso na Operação Apito Final e condenado a mais de 30 anos de prisão.

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No pedido de soltura, a defesa alegou que Emerson jogou dois celulares no telhado do vizinho durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em sua casa, no bairro Cônsil, em Cuiabá, e foi acusado de tentar embaraçar a investigação, no entanto, a conduta não produziu efeito prático, pois os aparelhos foram recuperados e submetidos à extração de dados pela Polícia Civil. Além disso, a defesa sustentou que há ausência de elementos concretos para a prisão, que ele não representa perigo real e que o réu tem bons antecedentes, condições pessoais favoráveis e histórico de cumprimento de medidas judiciais. 

Ele já responde em liberdade a outra ação penal por organização criminosa e lavagem de dinheiro, que decorre da Operação Apito Final.

O desembargador Marcos Machado acolheu parcialmente os argumentos da defesa. Ele reconheceu que a prisão preventiva era desproporcional e a substituiu por medidas cautelares.

“A prisão preventiva mostra-se injustificável quando a denúncia não imputou ao réu liderança na organização criminosa, especialmente quando o paciente responde em liberdade a ação penal diversa por crimes mais graves”, disse o desembargador.

Além da tornozeleira eletrônica, Emerson deverá comparecer em juízo para informar e justificar suas atividades, não poderá sair da cidade sem autorização judicial, deverá se recolher em casa das 20h às 6h e nos dias de folga e deverá comunicar em caso de mudança de endereço.

O alvará de soltura foi cumprido na quarta-feira (29) e a tornozeleira eletrônica instalada na quinta-feira (30).

Entenda o caso

Emerson foi preso em flagrante durante cumprimento de mandado de busca e apreensão da Operação Tempo Extra, investigação que mirava suspeitos de dar continuidade às ações da facção criminosa após a prisão de líderes na Apito Final, em abril de 2024.

Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), o acusado seria ligado a Paulo Witer Farias Paelo, conhecido como “WT”, apontado como tesoureiro do Comando Vermelho em Mato Grosso, condenado a mais de 30 anos de prisão.

Durante a operação, a polícia encontrou na casa de Emerson bonés, camisetas e um anel dourado com símbolos que exaltavam WT, o que, segundo o MPE, indicava o vínculo com o grupo criminoso.

Operações Apito Final e Tempo Extra

A Operação Apito Final, deflagrada em 2024 pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), revelou um esquema de lavagem de dinheiro estimado em R$ 65 milhões. Foram cumpridas 54 ordens judiciais, incluindo o sequestro de 45 veículos e a indisponibilidade de 33 imóveis.

Já a Tempo Extra, considerada extensão direta da Apito Final, teve como foco asfixiar financeiramente o grupo criminoso e impedir que voltasse a controlar áreas estratégicas de tráfico e lavagem de dinheiro.

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