THIAGO NOVAES
DO REPÓRTERMT
O investigador da Polícia Civil Márcio Coutinho Scardua afirmou que em afirmou que, em 24 anos de carreira, nunca viu um crime tão cruel quanto o caso que ficou conhecido como a Chacina de Sorriso. A declaração, bastante emocionada, foi feita em depoimento prestado durante júri popular realizado no plenário da 1ª Vara Criminal de Sorriso nesta quinta-feira (07).
Em julgamento está Gilberto Rodrigues dos Anjos. Ele matou Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, Miliani Calvi Cardoso, 19 anos, M.C.C., 13 anos, M.C.C., 10 anos, e estuprou três delas.
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Em seu depoimento, o investigador detalhou que, ao chegar no local do crime, se deparou com uma “situação terrível” e que “o local do crime fala”. Conforme relato, assim que visualizou a situação, ele e seu parceiro saíram da casa em busca de vestígios deixados pelo maníaco e se dirigiram a uma obra que estava em andamento nas proximidades.
Os investigadores informaram aos trabalhadores o que havia ocorrido e que todos se mostraram abalados, exceto Gilberto.
O encarregado da obra comunicou que Gilberto morava no local e ele, que estava no piso superior, foi chamado e desceu, usando uma camiseta amarela, botina.
O investigador disse que assim que “bateu o olho” em Gilberto, viu que ele poderia ser uma testemunha importante por morar no local. Entretanto, Gilberto “se fez de desentendido, dizendo que não tinha escutado nada”.
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Os policiais então solicitaram que Gilberto os levasse até o local onde ele dormia. Ao mostrar o local, o policial percebeu que dali era possível observar a casa das vítimas. Questionado novamente se ele havia visto algo, o maníaco voltou a negar. A nova negativa fez com o que o investigador suspeitasse que ele escondia algo.
O investigador então pediu os documentos de Gilberto para realizar uma checagem no sistema policial e descobriram que Gilberto tinha um mandado em aberto por estupro. Foi perguntado a ele também a respeito do chinelo, já que haviam marcas de pegadas na casa, mas ele informou que não tinha chinelo. Ao verificar dentro do container, um chinelo com as mesmas pegadas encontradas na casa foi encontrado.
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O investigador contou que o clima ficou tenso e que Gilberto pediu para ser tirado dali e que na delegacia contaria tudo. Durante o trajeto, Gilberto começou a contar o que havia cometido e alegar que estava drogado na hora do crime. Ao chegar na delegacia, onde havia mais policiais, o réu se mostrou “arredio” e “um pouco nervoso". O investigador então pediu aos colegas para se retirarem e para ficarem na sala apenas ele, um outro investigador e o escrivão, juntamente com Gilberto.
Ao questionar se Gilberto estava arrependido, ele primeiro desconversou e depois respondeu que não.
O crime
Gilberto Rodrigues dos Anjos trabalhava em uma construção quando, em novembro de 2023, invadiu uma casa ao lado e matou Cleci e as três filhas dela.
Ele responde por homicídio qualificado, estupro e estupro de vulnerável.
Com relação à Clecy e Miliane, que são maiores de idade, o crime vem acompanhado de quatro qualificadores, sendo feminicídio, recurso que dificultou a defesa da vítima, meio cruel e meio para assegurar a execução de outro crime.
Com relação às vítimas menores de idade, além das quatro qualificadoras, ainda pesa sobre ele a qualificadora de ambas serem menores de 14 anos.
As quatro vítimas foram mortas pelo criminoso entre os dias 24 e 25 de novembro de 2023.
À polícia, ele contou que entrou na casa pela janela do banheiro e se deparou com Clecy no corredor. Ele a jogou no chão e a esfaqueou no pescoço.
Em seguida, ele entrou no quarto da filha mais velha e a do meio e também cortou os pescoços delas.
Por fim, ele entrou no quarto da caçula e a matou por asfixia.
Enquanto as vítimas agonizavam no chão, ele cometeu o estupro contra três delas, exceto a mais nova.
Valério 07/08/2025
Verdade esse e verdadeiro monstro
1 comentários