VANESSA MORENO
DO REPÓRTERMT
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) pediu que os cabos da Polícia Militar Anderson de Amaral Rodrigues e Alan Carvalho da Silva permaneçam na cadeia. Eles são acusados de participar do assalto a uma agência do Sicredi, em Brasnorte (a 587 km de Cuiabá), no último dia 31.
Em manifestação assinada pelo promotor de Justiça Henrique de Carvalho Pugliesi e publicada nessa quarta-feira (06), o MP sustenta que a prisão é uma forma de resguardar o interesse coletivo e assegurar a confiança no sistema de Justiça.
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O promotor alegou que a liberdade dos PM representa risco à ordem pública, “especialmente diante da expressiva repercussão social dos fatos, da condição funcional dos acusados e do potencial dano à imagem das instituições públicas”, diz trecho da manifestação.
No dia do assalto, quatro homens armados invadiram a agência bancária, renderam funcionários e clientes e levaram cerca de R$400 mil dos cofres e caixas eletrônicos. Até o momento, 14 bandidos foram presos, dentre eles, os dois policiais militares.
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De acordo com as investigações da Gerencia de Combate ao Crime Organizado (GCCO), o envolvimento dos PMs no crime tinha o objetivo de facilitar a fuga do bando. Os dois tinham ordem de simular uma troca de tiros com os assaltantes, mas não agiram “por falta de coragem”.
Eles foram presos em flagrante pelos crimes de corrupção passiva e prevaricação.
A defesa dos policiais pediu na Justiça a liberdade deles, argumentando que a medida se baseou em provas nulas e por ausência de requisitos que justifiquem a prisão. Foi alegado ainda que os policiais estavam em locais distintos durante supostas reuniões realizadas entre o bando.
O MP, por outro lado, contestou a afirmação, alegando que o depoimento prestado por uma das testemunhas descreve o esquema de corrupção e prevaricação envolvendo os policiais. Além disso, o depoimento encontra respaldo em áudios e vídeos anexados no processo, os quais corroboram com os fatos relatados.
Ainda na manifestação, o promotor Henrique de Carvalho Pugliesi ressaltou que os PMs protagonizaram um esquema sofisticado que tinha como propósito atrasar as atividades da segurança pública.
“Conforme apurado em sede de cognição sumária, revela um esquema sofisticado, caracterizado por simulação de confronto, retardo proposital na solicitação de apoio e fornecimento de informações falsas ou imprecisas, tudo com o propósito de frustrar o exercício legítimo das atividades de segurança pública”, disse o promotor.
Quanto à alegação de que eles estariam em locais distintos, o MP rejeitou dizendo que isso não afasta os indícios da participação deles, já que eles não precisavam estar presentes em todas as ocasiões.
“As alegações defensivas no sentido de que os flagranteados se encontravam em locais distintos durante as supostas reuniões não são capazes de afastar os indícios de sua participação no grupo criminoso, não se exigindo a presença física de todos os membros em todas as ocasiões”, ressaltou.
Por fim, o promotor, além de pedir a manutenção da prisão, pediu que o processo seja encaminhado à Corregedoria-Geral da PM para que as informações sejam incluídas em um inquérito administrativo instaurado contra os cabos Anderson de Amaral e Alan Carvalho.