DA REDAÇÃO
O delegado Deuel Paixão de Santana, responsável pelo inquérito do caso sobre a recém-nascida indígena, que foi enterrada viva, em Canarana (823 km de Cuiabá), acredita na participação de outros envolvidos e por isso as investigações continuam, apesar de ter sido concluído o inquérito policial contra a bisavó da vítima, acusada de homicídio tentado qualificado por ter enterrado a menina. O inquérito foi finalizado na segunda-feira (11).
Segundo as investigações, o crime foi motivado pelo fato da mãe da bebê, uma adolescente indígena, de 15 anos, ser solteira. A avó e a bisavó da criança premeditaram e planejaram o que seria feito com o bebê logo depois do parto. Ambas seguem presas.
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Em relação à bisavó, Kutsamin Kamayura, 57, o Judiciário deferiu pedido da Funai para que ela ficasse detida (prisão preventiva) na instituição no município de Gaúcha do Norte. Ela já foi transferida.
A avó da criança, Tapoalu Kamayura, 33, está presa na Cadeia Pública de Nova Xavantiva, em prisão temporária. Mas existe pedido impetrado pela Funai para que também seja transferida – pedido ainda não analisado pelo Judiciário.
PJC

A bisavó Kutsamin Kamayura e a avó Tapoalu Kamayura, foram presas pelo crime.
A adolescente de 15 anos foi ouvida na delegacia e disse ter interesse em ficar com sua filha.
A conclusão do inquérito obedece previsão legal de prazo quando se tratar de acusado preso (neste caso flagrante da bisavó). As investigações prosseguem, à disposição do Judiciário e Ministério Público, para apurar em detalhes a participação de outros envolvidos no crime.
O caso
Na terça-feira (05), a Polícia Civil foi informada de que um recém-nascido teria sido enterrado ao logo de uma casa. Ao iniciar a escavação em busca do corpo, os policiais ouviram o choro do bebê e constaram que a criança estava viva. A menina recém-nascida foi socorrida e encaminhada para atendimento de emergência.
A bisavó da bebê, Kutsamin Kamayura, 57, foi presa na manhã de quarta-feira (06). Inicialmente ela alegou que acreditou que a menina estivesse morta e por isso enterrou a bebê, conforme costume de sua comunidade.
Ao ouvir as testemunhas, a Polícia Civil constatou que a avó da vítima, a indígena Tapoalu Kamayura, 33 tinha conhecimento da gravidez da filha de 15 anos, em razão da adolescente ser solteira e o pai da criança já ter casado com outra indígena. Durante todo período gestacional também ministrou chás abortivos para interromper a gravidez, segundo os depoimentos colhidos.
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