MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO
O criminoso Domingos Barros de Sá, morto após atirar no juiz Carlos Eduardo de Moraes e Silva, na última segunda-feira (1), dentro do Fórum de Vila Rica (1.259 km a Nordeste de Cuiabá), respondia pelo homicídio do primo - Dimar de Souza Sá – assassinado com um tiro de espingarda e 14 facadas.
O crime ocorreu em 1999 e foi confessado em juízo por Domingos. No processo ele contou que executou o primo por causa de uma disputa de terras.
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No dia do crime, segundo o processo, por volta das 6h30, o acusado pegou uma espingarda calibre 36 e foi até uma fazenda da região encontrar o primo.
Após tomarem um café, os dois saíram da propriedade a pé em direção à cidade de Vila Rica. Depois de uns 150 metros percorridos, Domingos conta que deu um tiro à queima-roupa nas costas do primo.
Mesmo ferido, Domingos relatou ao juiz que a vítima não desmaiou e que ainda tentou reagir ao tentar sacar um revólver.
"Enquanto eu estava esfaqueando, ele 'pinoteava' e eu não ia largar [a vítima] para ele pegar uma arma atirar em mim", contou o bandido.
Nesse momento, Domingos o esfaqueou no peito e no pescoço.
"[...] eu sabia que ele ia pegar o revólver, [...] mas, quando viu que eu caminhava com a faca, ele correu. Tentou passar debaixo do arame. [Dimar] já foi tarde”, detalhou o assassino. “[...] enquanto eu estava esfaqueando ele 'pinoteava' e eu não ia largar [a vítima] para ele pegar uma arma e atirar em mim", acrescentou no depoimento.
Em sua defesa, Domingos também disse que o primo dizia pela cidade que possuía um “livro da capa preta de feitiçaria, e que por isso bala não entrava nele de frente”.
Segundo Domingos, foi por isso que ele surpreendeu o primo com o tiro nas costas.
O criminoso disse ainda que se não matasse Dimar iria morrer primeiro, porque a vítima já tinha lhe "jurado de morte".
O atentado
Na segunda-feira, Domingos foi até o Fórum de Vila Rica, juntamente com o seu advogado, na condição de réu, para marcar a data do seu julgamento pelo homicídio do primo.
Os dois entraram no gabinete do juiz Carlos Eduardo de Moraes e Silva e ao se aproximar do magistrado Domingos sacou a arma. Eles entraram em luta corporal e o criminoso acertou Eduardo no ombro.
Policiais militares, que fazem a segurança do local, determinaram a rendição do criminoso, mas sem sucesso. Sem opção, um militar disparou contra Domingos, que morreu no local.
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