DO REPÓRTERMT
O servidor comissionado da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Thiago Inoue, foi alvo de mandado de busca e apreensão cumprido nesta quinta-feira (14) em sua residência, no bairro Condomínio Montenegro, Parque das Nações, em Cuiabá. Ele é um dos alvos da Operação Datar, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico de drogas, com movimentação superior a R$ 185 milhões.
Ele ocupa o cargo de assessor parlamentar, lotado na Terceira Secretaria, com salário bruto de R$ 5,1 mil. Este é o segundo servidor do Legislativo estadual envolvido na operação. Vinicius Curvo Nunes, superintendente de tecnologia da informação na ALMT, foi alvo de busca e apreensão.
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De acordo com a decisão judicial que o RepórterMT teve acesso, Thiago é apontado como envolvido em movimentações financeiras com o DJ Diego de Lima Datto, também preso na operação. A investigação indica que ele movimentou R$ 131,3 mil entre débitos e créditos com Diego, utilizando valores fracionados para dissimular a origem dos recursos.
A esposa de Thiago, identificada pelas iniciais B. G. da S. I., também é citada no inquérito. Ela teria movimentado cerca de R$ 76.949,36 em contas físicas e jurídicas, esta última em nome da empresa Rushlan, que está inapta, com transferências para Diego e para o também DJ Patrike Noro de Castro, igualmente preso na operação.
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O que foi cumprido
Ao todo, a Polícia Civil cumpriu sete mandados de prisão preventiva, 11 medidas cautelares diversas, 14 mandados de busca e apreensão, 19 ordens de bloqueio de contas e o sequestro de 16 veículos. Dos mandados de prisão, seis foram cumpridos e um alvo está foragido.
Entre os presos estão os DJs Diego de Lima Datto e Patrike Noro de Castro, Jackson Luiz Caye, Marco Antônio Santana, Thiago Massashi Sawamura e Rafael Geon de Sousa, conhecido por integrar a “gangue do chicote”. Outro servidor da ALMT, Vinicius Curvo Nunes, também foi alvo de mandado de busca e apreensão por movimentações financeiras suspeitas com investigados.
Durante a ação, foram apreendidos mais de R$ 60 mil em espécie, oito veículos — incluindo modelos de luxo — e sete armamentos. Parte dos valores investigados foi movimentada por familiares dos alvos, de forma fragmentada e sem comprovação de origem lícita, com o objetivo de ocultar o dinheiro proveniente do tráfico de drogas.
Outro lado
Por meio de nota, a ALMT afirmou que tomou conhecimento dos servidores envolvidos no caso e que já tomou as medidas administrativas necessárias para exonerá-los.
Veja:
"A Assembleia Legislativa de Mato Grosso informa que, após tomar conhecimento dos fatos, está conduzindo as medidas administrativas necessárias para a imediata exoneração dos servidores Vinicius Curvo Nunes e Thiago Inoue. A decisão reflete o compromisso desta instituição com a transparência e a ética na administração pública".