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Cuiabá, 28 de Agosto de 2025
28 de Agosto de 2025

28 de Agosto de 2025, 16h:00 - A | A

POLÍCIA / SAIBA QUEM É

Alvo de megaoperação que revelou fraude bilionária no setor de combustíveis já liderou esquema em MT

Operação deflagrada nesta quinta revelou que grupo liderado por 'Beto Louco' fraudou mais de R$ 7,6 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais

GUSTAVO CASTRO
DO REPÓRTERMT



Uma força-tarefa nacional com cerca de 1.400 agentes cumpre, nesta quinta-feira (28), mandados de busca, apreensão e prisão em oito estados, dentre eles Mato Grosso, para desarticular um esquema bilionário no setor de combustíveis, comandado por integrantes de uma organização criminosa.

O principal alvo da operação é Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, apontado como líder do grupo. Ele já havia sido investigado em Mato Grosso na Operação Barril Vazio, deflagrada pela Delegacia de Crimes Fazendários (Defaz) em maio deste ano, que revelou um esquema de fraudes fiscais e documentais capaz de causar prejuízo de até R$ 500 milhões por ano ao Estado.

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De acordo com a Polícia Civil, no cumprimento das ordens desta quinta-feira, cidades mato-grossenses como Diamantino, Feliz Natal, Primavera do Leste e Rondonópolis também foram alvos.

Histórico de fraudes em MT

Na Barril Vazio, as investigações mostraram que “Beto Louco” utilizou o JNC Fundo de Investimento em ParticipaçõesCapital Semente para adquirir ações da empresa EGCEL/NEOVG, alvo de apurações por fraudes milionárias. Segundo a denúncia, o fundo emitiu notas promissórias fictícias sem possuir recursos para quitá-las, ocultando o real controle de Roberto sobre a companhia.

O Ministério Público apontou ainda a ligação do empresário com empresas como Copape Produtos de Petróleo Ltda. e Aster, que atuavam de forma coordenada para fraudar o fisco. Ambas tiveram licenças cassadas pela ANP e entraram em recuperação judicial. Documentos apreendidos mostraram e-mails e contratos paralelos que detalhavam negociações ocultas, revelando o papel estratégico de Roberto na estruturação do grupo econômico criminoso.

À época, o promotor Carlos Roberto Zarour Cesar destacou que o capital social da empresa estava lastreado em propriedades adquiridas com documentos falsos e notas promissórias simuladas. A apuração também revelou movimentações financeiras atípicas e indícios de ligação de “Beto Louco” com o PCC, suspeita que se confirmou nas investigações atuais.

Carbono Oculto

A ação desta quinta-feira, batizada de Carbono Oculto, é considerada a maior já realizada no país contra o crime organizado. Segundo a Receita Federal e autoridades paulistas, o grupo fraudou mais de R$ 7,6 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais, atuando desde a importação irregular de produtos até a adulteração e distribuição de gasolina e etanol.

Além de Beto Louco, outros nomes citados como investigados são Rafael Souza Ferreira, conhecido como Rafa da Federal, e João Bosco Ferreira de Oliveira Júnior, o “Juninho”, conforme revelou a CNN Brasil.

As investigações identificaram mais de 300 postos de combustíveis envolvidos nas fraudes, mas entidades do setor estimam que o impacto tenha atingido até 2.500 estabelecimentos em São Paulo.

Outro braço da quadrilha operava no mercado financeiro. A Receita apontou a existência de 40 fundos de investimentos, com patrimônio de R$ 30 bilhões, controlados pelo PCC. Esses fundos serviram para ocultar patrimônio e financiar a compra de um terminal portuário, usinas de álcool e imóveis de alto valor na capital paulista.

No total, mais de 350 pessoas físicas e jurídicas são investigadas pelos crimes de organização criminosa, adulteração de combustíveis, crimes ambientais, fraude fiscal, estelionato e lavagem de dinheiro.

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