VANESSA MORENO
DO REPÓRTERMT
A juíza Helícia Vitti Lourenço, do Núcleo de Audiências de Custódia de Cuiabá, determinou a internação do policial militar aposentado Jerfson Santana Vieira, que foi preso em flagrante após dar um soco no rosto da repórter Angélica Gomes de Silva, da TV Vila Real, enquanto ela fazia a cobertura jornalística de um acidente causado por ele, na noite de terça-feira (26), em Cuiabá.
De acordo com decisão proferida nessa quarta-feira (27), após audiência de custódia que converteu o flagrante em prisão em preventiva, a internação deverá ser feita em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou em nosocômio psiquiátrico.
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Na decisão, a juíza Helícia Lourenço determinou a instauração do incidente de insanidade mental para confirmar um diagnóstico de esquizofrenia. Além disso, a magistrada determinou que o PM fosse encaminhado imediatamente para tratamento médico de urgência na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Verdão, pois ele estava em um possível estado de surto psicótico durante a audiência, necessitando de estabilização e avaliação médica.
“Determino, ainda, que o custodiado seja imediatamente encaminhado para tratamento médico de urgência na UPA Verdão para a verificação de um profissional da área da saúde visando avaliar a necessidade de estabilização do possível quadro de surto psicótico”, disse a magistrada.
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Na noite de terça, na avenida Miguel Sutil, Jerfson bateu com o carro que dirigia várias vezes contra outro carro. Em seguida, ele atropelou um motociclista, que sofreu ferimentos graves e foi encaminhado ao Hospital Municipal de Cuiabá (HMC).
Durante a ocorrência, o policial aposentado partiu pra cima da equipe de reportagem da TV Vila Real, que fazia a cobertura do acidente que ele causou. Em determinado momento, ele avançou contra o cinegrafista, jogando a câmera no chão, e deu um soco no rosto da repórter.
Após todas as avaliações recomendadas pela juíza, a prisão preventiva deverá ser convertida em medida de internação.
O hospital onde o policial irá cumprir a medida deverá ser providenciado pela Polícia Militar. Enquanto isso, Jerfson deverá ser mantido em uma sala especial em um batalhão da PM, para que a integridade dele seja protegida.
“Converto a prisão preventiva em medida de internação em hospital a ser indicado pelo médico, a ser providenciado pela Batalhão da PM (por ser policial da reforma), sendo que, no caso de ausência de vaga em estabelecimento adequado, ele deverá ser mantido sala especial no batalhão da PM e protegida sua integridade física e psíquica, até o surgimento da respectiva vaga”, destacou a juíza.
Interrogatório
Após a prisão em flagrante, Jefrson foi submetido a um interrogatório e, à Polícia Civil, ele disse não lembrar do acidente e da agressão.
“Não lembro, é apagado da minha mente, realmente é apagado, apagado”, declarou o agressor.
O PM disse ainda que saiu de casa com a intenção de matar e morrer e que se tivesse armado mataria todos que estivessem em sua frente.
Durante todo seu depoimento, o policial militar proferiu frases desconexas como “minha tormenta não era direta, tinha só um pouco, não, um monte. Eu expulsava, virava, desatava e vazava embora, e daqui a pouco vinha com o tanto”.
Jerfson relatou que ouve vozes que o perturbam e que abandonou um tratamento psiquiátrico com uso de medicamentos por dificuldades financeiras.
