DA REDAÇÃO
O vereador Marcelo Bussiki (PSB) apresentou, em sessão nesta quinta-feira (3), um levantamento de todas as emendas parlamentares e convênios recebidos pelas últimas três gestões da Prefeitura de Cuiabá e comprovou que as obras para os 300 anos de Capital não poderão ser financiadas através dessas verbas federais e correm o risco de sequer saírem do papel.
Na última terça-feira (1º), o prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB) anunciou um pacote de mais de 20 obras a serem realizadas pela Secretaria Extraordinária Cuiabá 300 anos até o final de seu mandato, em 2020, e afirmou que a maior parte dos recursos viria de emendas parlamentares.
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Estão previstas, entre outros projetos, a reestruturação do Mercado do Porto, do Mercado Municipal e Horto Florestal, a implantação de 10 novos parques na Capital, a construção de uma trincheira no bairro Jardim Itália e um viaduto na Avenida Beira Rio, próximo à ponte Sérgio Motta. Além disso, o prefeito pretende implantar uma torre com um restaurante giratório no Morro da Luz.
“A população está cansada das obras da Copa, cujo dinheiro oriundo de empréstimo já estava na conta para ser feito e não foi. E agora surgem esses novos projetos sem garantia do dinheiro e ainda devem ocupar o prédio da Secopa. Diante de tudo isso, temos que fiscalizar para que aquela história não se repita”, encerrou.
As obras irão custar mais de R$ 500 milhões e, segundo anúncio do prefeito, serão custeadas por emendas federais, repasses de Ministérios e parcerias privadas. No entanto, o valor a ser investido é 24,91% maior do que os recursos federais que o Município recebeu nos últimos sete anos.
O levantamento apresentado pelo vereador considera a transferência de capital para realização de obras e outras transferências, que correspondem a convênios com Estado e União, feitas à Prefeitura de Cuiabá durante as gestões do prefeito Wilson Santos (PSDB), Chico Galindo (PTB) e Mauro Mendes (PSB).
De 2010 ao primeiro semestre de 2017, estava previsto o repasse de R$ 1,7 bilhão, porém, foram efetivamente pagos R$ 124 milhões. Isso significa que apenas 7,15% dos repasses previstos realmente ocorreram.
“Foram repassados R$ 124 milhões em sete anos, enquanto os grandiosos projetos chegam a R$ 500 milhões. Fiquei extremamente preocupado com todas essas obras e esses sonhos que o prefeito cria nos cidadãos cuiabanos, pois em três gestões diferentes de prefeitos, a cidade não conseguiu receber todo o recurso necessário para custear sequer um terço dessas obras”, afirmou.
O vereador lembrou ainda que a situação econômica e política da União, além das eleições no próximo ano, são fatores que poderão prejudicar ainda mais o repasse de recursos federais e, por consequência, a realização das obras.
“Não sou contra as obras, mas estive na gestão Mauro Mendes e sei como foi difícil a construção dos principais pontos turísticos de hoje, que são a Orla do Porto e os Parques das Águas e Tia Nair, e muito me preocupa ver todos esses projetos se baseando em uma fonte de recursos tão escassa e instável”, disse.
Sem orçamento
O vereador reforçou ainda que o Município não possui recursos de fonte própria para custear as obras e que já vai remanejar R$ 1,4 milhão de outras secretarias somente para pagar os 16 servidores da nova secretaria.
“Ao contrário do que o prefeito tem feito questão de afirmar, dizer que não tem orçamento não é verdade. A secretaria foi criada, vai ter estrutura lá, bem como uma Lei de Crédito Especial que brevemente deve vir a esta Casa, a fim de abrir orçamento para esta secretaria. Ninguém vai trabalhar de graça e a população tem que estar bem informada quanto a isso”.
Ainda segundo o vereador, é preciso que não somente os vereadores, como a população, estejam atentos quanto a cada passo a ser dado nesta secretaria, que deve ocupar o prédio da extinta Secretaria Extraordinária da Copa o Mundo (Secopa).
“A população está cansada das obras da Copa, cujo dinheiro oriundo de empréstimo já estava na conta para ser feito e não foi. E agora surgem esses novos projetos sem garantia do dinheiro e ainda devem ocupar o prédio da Secopa. Diante de tudo isso, temos que fiscalizar para que aquela história não se repita”, encerrou.
valdecarlos jose dos santos 04/08/2017
Tem que transformar isso em crime de responsabilidade. Estamos cansados de promessas mirabolantes. O cara sabe que não é possível, mas afirma que fará. Até Mauro Mendes que era muito mais competente e com dinheiro na mão não conseguiu fazer o pronto socorro no prazo. Pronto socorro que anda esquecido e corre o risco de se tornar um novo (velho)hospital central (alguém lembra?) um esqueleto de elefante branco que já vai pelos seus mais de 30 anos de obras iniciadas e nunca acabada!
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