FERNANDA ESCOUTO
DO REPÓRTER MT
O presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (PSB), usou a tribuna na sessão desta quarta-feira (27) para criticar a vereadora de Cuiabá Maysa Leão (Republicanos) após ela ter exposto uma adolescente de 16 anos, vítima de estupro, em uma audiência pública na Câmara municipal.
Para o deputado, Maysa fez a menina passar por um segundo abuso ao recontar toda a violência que sofreu.
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“Em Cuiabá, em uma audiência da vereadora Maysa, a exposição de uma menina que infelizmente foi violentamente abusada e sofre um segundo abuso quando a gente trabalha a imagem dessa criança. Isso serve de alerta para todos nós deputados, para as Câmaras de Vereadores, os meios e as formas que a gente vai usar para atingir, impactar uma audiência e chamar atenção para um debate. Essa exposição realmente nos preocupa bastante”, disse Max Russi.
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Na última semana, adolescente participou de uma audiência pública e relatou ter sido estuprada pelo pai, padrasto e o tio. Ela disse que foi obrigada a usar drogas e ingerir bebidas alcoólicas e que hoje possui uma filha, fruto dos estupros.
O relato sobre os abusos sofridos foi transmitido ao vivo, no canal que o Legislativo municipal possui no Youtube, sem que fossem tomados os cuidados necessários para evitar a exposição dela, como determina o Estatuto da Criança e do Adolescente. Responsável pelo evento, Maysa disse à imprensa que não cometeu nenhum crime ao revitimizar a jovem.
Outra polêmica comentada por Max Russi envolve a prefeita de Pedra Preta, Iraci Ferreira de Souza (PSDB), que foi chamada de “cachorra viciada” pelo vereador Gilson José de Souza (União Brasil), conhecido como Gilson da Agricultura.
O caso aconteceu durante sessão plenária da Câmara municipal realizada na segunda (25).
“É outro fato lamentável em Pedra Preta, um vereador atacando de forma vil, de forma desonesta, uma prefeita que tenho maior carinho, maior amizade. Confesso que naquele momento como esposo de uma prefeita eu me senti enjoado com aquela fala, ‘uma cachorra viciada’. Esperamos que a Câmara de lá tome providências, a sociedade já está tomando, vi vários deputados e deputadas se manifestando nesse assunto”, pontuou o presidente da Assembleia.
“Antes, declarações como essas ficavam restritas ao município. Hoje, em poucos minutos, ganham proporção estadual, nacional e até internacional. São dois episódios que envergonham o parlamento e reforçam a necessidade de responsabilidade no uso da palavra pública”, finalizou.
