MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO
O ex-governador Carlos Fávaro (PSD) afirmou que entrará na Justiça contra o ex-governador Pedro Taques (PSDB) e outros envolvidos no esquema de escutas telefônicas clandestinas, caso se confirme a declaração do coronel Evandro Lesco, de que houve uma ordem de interceptação para monitorar suas atividades políticas: "Isso é medíocre e hediondo. Mais um caso que denigre a imagem do Governo passado", criticou Fávaro.
Lesco revelou a informação durante reinterrogatório sobre os grampos ilegais ao juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Militar, na terça-feira (17).
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Detalhou que recebeu ordens de Pedro Taques para grampear um servidor ligado a Fávaro que, conforme o depoimento, trabalhava no Observatório de Gestão da Secretária de Planejamento. Taques, segundo Lesco, queria saber quais tratativas o então vice-governador estaria fazendo dentro do Governo do Estado.
"Meu sentimento é de revolta. Se isso for confirmado tomarei as devidas medidas judiciais", acrescentou.
Para Fávaro, isso mostra que nunca houve uma intenção séria de Taques para governar Mato Grosso, mas sim "bisbilhotar a vida dos outros". "Meu sentimento é de revolta. Se isso for confirmado tomarei as devidas medidas judiciais", acrescentou.
Fávaro começou a se desentender com Taques sobre os rumos do governo a partir de 2017, no terceiro ano de gestão. O ápice da crise foi em abril de 2018, quando Fávaro rompeu de vez com o grupo político de Taques para concorrer ao Senado Federal.
"Na época eu não conseguia entender certos desmandos que ocorriam na gestão, mas agora, com essas revelações, eu consigo ver mais claramente que o foco não era trabalhar visando os interesses de Mato Grosso. A preocupação era bisbilhotar", reforçou Fávaro.
"Sempre trabalhei no sentido de ser um aliado do Governo, para fazer uma boa gestão. Na época eu não conseguia entender certos desmandos que ocorriam na gestão, mas agora, com essas revelações, eu consigo ver mais claramente que o foco não era trabalhar visando os interesses de Mato Grosso. A preocupação era bisbilhotar", reforçou Fávaro.
Outro lado
O ligou para os telefones do ex-governador e de seu advogado Emmanuel Figueiredo. No entanto, nenhum dos dois retornaram as ligações para comentar as declarações de Fávaro.
Esquema
O esquema de grampos teria sido realizado entre o período eleitoral de 2014 e o final de 2016. A deputada estadual Janaina Riva (MDB), o advogado eleitoral José do Patrocínio, o desembargador aposentado José Ferreira Leite, o jornalista José Marcondes “Muvuca”, a publicitária Tatiana Sangalli, entre outros, tiveram seus números de telefone incluídos indevidamente em operações policiais.
Em depoimentos anteriores, o cabo Gerson Corrêa Júnior já havia confessado sua participação nas interceptações telefônicas ilegais e afirmado que o ex-secretário-chefe da Casa Civil e o ex-governador Pedro Taques (PSDB) seriam os “donos” do esquema. Gerson prestou vários depoimentos ao juiz Murilo Moura Mesquita, na 11ª Vara Militar de Cuiabá.
MARIA TAQUARA 17/07/2019
Quanto mais processo em cima do Pedro TAques melhor!
1 comentários