CAROL SANFORD
DA REPORTAGEM
Acusada de comandar uma quadrilha que teria aplicado golpes de até R$ 50 milhões contra várias pessoas em Mato Grosso através do Soy Group, Shirlei Aparecida Matsouka Arrabal, mulher de Walter Magalhães, tido como o maior estelionatário do Estado, disse em depoimento à juíza Selma Arruda, na 7ª Vara Criminal, nesta quarta-feira (12), que assinava documentos sem ler.
A oitiva é em decorrência da Operação Castelo de Areia.
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“Eu era praticamente uma sonâmbula. Não sei como era feito, nem porque estou sendo acusada. Sou muito leiga para essas coisas. Assinava sem ler, porque mesmo se lesse não entenderia nada”, afirmou.
Também são acusados de fazer parte da quadrilha, o ex-vereador de Cuiabá, João Emanuel Moreira Lima, o pai dele, o juiz aposentado Irênio Lima Fernandes, e o irmão do ex-vereador, o advogado Lázaro Moreira Lima.
Shirlei chegou a chorar durante o depoimento e declarou conhecer poucas pessoas que trabalhavam na empresa. Segundo ela, João Emanuel e a família possuíam salas na sede da empresa, localizada em Várzea Grande, mas não tinha contato pessoal com eles.
Para a magistrada, a acusada disse que nunca notou o aumento do patrimônio, nem comportamento estranho do marido.
“Ele ficava mais no celular e não queria ficar em cima. Não queria brigar com meu marido. Então não reparava sobre o que ele conversava ao telefone”, declarou.
Ao promotor de Justiça, César Danilo de Novaes, Shirlei afirmou que realizava as transações bancárias e repassava as informações a Walter, sem ter conhecimento profundo das transações.
Questionada se conversou com o marido sobre as acusações judiciais, ela disse que comentou que ele [que está preso] diz não ter feito nada do que é acusado e que tudo será esclarecido.