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Cuiabá, 15 de Setembro de 2025
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10 de Fevereiro de 2017, 17h:28 - A | A

PODERES / ESTELIONATO DO GRUPO SOY

Comparsa de ex-vereador deu calote em papelaria para equipar empresa de fachada

Empresário depõe e diz que Walter Dias e Evandro Goulart equiparam todo o prédio do grupo, mas a empresa nunca chegou a funcionar de fato.

CELLY SILVA
DA REPORTAGEM



O empresário Assam Fouad Salim, proprietário da Papelaria Rodarte, afirmou à juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, na tarde desta sexta-feira (10), que o sócio do Grupo Soy, Walter Dias Magalhães Júnior, lhe deu um golpe de mais de R$ 120 mil na aquisição de móveis de escritório.

Walter é réu acusado de ser um dos líderes do esquema de estelionato praticado pelo Grupo Soy, que deu origem à Operação Castelo de Areia, deflagrada em agosto do ano passado, pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).

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A ação policial o levou à cadeia, com a esposa, Shirlei Aparecida Matsuoka Arrabal, e o ex-vereador João Emanuel Moreira Lima, ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá.

Segundo Assam Salim, em janeiro de 2016, ele recebeu, em sua loja, Evandro Goulart, que se apresentou como funcionário da empresa Prosperity Empreendimentos e Participações e escolheu móveis para sua empresa, que estaria em processo de abertura.

Walter Dias Magalhães Júnior também foi à Papelaria Rodarte, em outras ocasiões, se apresentando como o dono do Grupo Soy, apenas para tratar sobre a forma de pagamento com Salim.

“Eles disseram que iam abrir uma financeira, iam captar recursos num banco da China e repassar com juros menores”, disse o empresário, em seu depoimento.

O total da compra em móveis foi R$ 120 mil, feitas em três oportunidades. A primeira compra foi registrada em 10 de fevereiro de 2016, a segunda em 22 de fevereiro e a terceira e última aquisição ocorreu no dia 9 de março.

As datas de registro das notas fiscais correspondem aos dias em que os produtos foram entregues no prédio do Grupo Soy, localizado perto do Supermercados Comper e da Loja Havan, na Avenida do CPA.

De acordo com o dono da papelaria, inicialmente, Walter lhe pagou R$ 25 mil pela entrega, por meio de um cheque registrado no nome de um terceiro.

Com relação às outras parcelas, foram entregues um cheque de R$ 50 mil, cujo titular era a empresa V Criativa Serviços e Construção, cujo proprietário é Edson Vieira, uma das vítimas do Grupo Soy, e duplicatas mercantis.

O cheque de R$ 50 mil foi sustado e as duplicatas também nunca foram pagas.

Assam Salim relatou que, em cada oportunidade em que procurava Walter ou Evandro para receber, estes lhe apresentavam uma nova “desculpa” para o atraso no pagamento.  

“Enquanto a gente tinha contato com eles, não havia tanto problema. O problema foi quando a gente não conseguiu mais encontrá-los. Em junho, eu visitei o prédio, vi que os móveis estavam lá, mas praticamente não tinha atividade. Eles tinham muita pressa em receber os móveis, mas não tinha ninguém lá trabalhando”, relatou. 

Depois de tantas tentativas frustradas, Salim pediu conselhos a alguns amigos delegados de Polícia, que, ao notarem quem eram os devedores, orientaram Salim a procurar a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), que já estava investigando o grupo.

Depois de deflagrada a Operação Castelo de Areia, em agosto de 2016, Assam Salim entrou com uma ação civil contra a Prosperity Empreendimentos e Participações, empresa utilizada por Walter para comprar os móveis de escritório.

Segundo ele, um advogado de Walter procurou a advogada de sua papelaria para fazer um acordo, que resultou na devolução de todos os móveis que não haviam sido pagos.

Ele disse que, ao buscar os móveis no prédio do Grupo Soy, percebeu que eles sequer haviam sido utilizados, pois estavam apenas empoeirados, demonstrando que a empresa era de "fachada". 

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