CAMILLA ZENI
DA REDAÇÃO
O presidente da Aprosoja Brasil e produtor rural em Mato Grosso Antônio Galvan não conseguiu autorização para se aproximar das manifestações deste 7 de Setembro na Praça dos Três Poderes, em Brasília. A decisão negativa foi do ministro Luís Roberto Barroso, dessa segunda-feira (6).
Galvan entrou com o pedido junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) nessa segunda-feira, depois que foi impedido, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, de participar dos atos na capital federal. O produtor é suspeito de financiar agentes para atos antidemocráticos durante as manifestações.
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No habeas corpus, a defesa do produtor alegou que não teve acesso ao inquérito que proibiu Galvan de acessar a praça em Brasília, e o princípio da presunção de inocência, apontando que ele não tem antecedentes criminais. Disse, também, que Galvan se apresentou espontaneamente na sede da Polícia Federal após ter sido alvo de busca e apreensão, quando não estava em casa.
Entenda - Galvan e investigados estão proibidos de manifestarem na Praça dos Três Poderes
A defesa ainda afirmou que Galvan é um dos fundadores do Movimento Verde e Amarelo, que nunca teria registrado qualquer confusão, e que o produtor é veemente contra atos antidemocráticos.
O pedido foi para que o STF concedesse liminar para tornar sem efeito as medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito no qual Galvan é investigado.
Barroso não conheceu o habeas corpus, apontando que não houve qualquer abuso de poder ou ilegalidade que justificasse revogar as medidas impostas por Moraes. Ainda, destacou que os pedidos de Galvan foram feitos na via errada, ou seja, que não poderiam ter sido apontados em um habeas corpus.
Atos antidemocráticos
De acordo com o ministro Alexandre de Moraes, Galvan é suspeito de financiar o movimento de bolsonaristas extremistas, que têm a intenção de pressionar o Senado para impeachment de ministros do STF. O grupo chegou a falar em ocupar o Supremo e em provocar um desabastecimento, orquestrado com caminhoneiros, para pressionar o movimento.
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