DO REPÓRTERMT
O deputado federal Coronel Assis (União Brasil) criticou a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que concedeu liberdade provisória ao rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, filho de Márcio Nepomuceno, o Marcinho VP, apontado como um dos líderes de uma facção criminosa. Para o parlamentar, a medida representa “um enfraquecimento da Justiça e uma afronta direta à sociedade brasileira”.
“O Brasil, mais uma vez, assiste à desmoralização do Estado diante da criminalidade organizada. Soltar alguém acusado de tráfico de drogas e tentativa de homicídio, com o histórico e o peso simbólico que esse caso carrega, é um golpe contra o cidadão de bem e contra nossas forças de segurança, que diariamente arriscam suas vidas para combater o crime”, afirmou Assis.
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De acordo com o deputado, a decisão do STJ não enfraquece apenas as polícias, mas todo o aparato estatal.
“Quando a Justiça age dessa forma, ela envia a mensagem de que criminosos influentes estão acima da lei. Isso não é apenas injusto, é perigoso. É a sinalização de que a criminalidade tem espaço para crescer, ganhar força e até prestígio social. Estamos diante de um processo de mexicanização da violência, e não podemos aceitar isso no Brasil”, alertou.
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O parlamentar destacou que Oruam, não é um artista, mas um ícone da “bandidolatria”, uma contracultura que glamouriza a violência e empodera facções criminosas.
“Ele não representa música, arte ou cultura. Representa a idolatria ao crime, à desordem social e à violência que corrói os sonhos da juventude brasileira. Essa influência nefasta atinge especialmente jovens em comunidades carentes, que acabam seduzidos por uma falsa ideia de prestígio e poder vinculada ao crime”, criticou.
Assis concluiu chamando a sociedade a se engajar na luta contra a idolatria ao crime: “Não podemos permitir que o Brasil se renda à lógica das facções. É hora de resistência, de união e de coragem para enfrentar essa contracultura que só destrói famílias e comunidades.”
Prisão
Oruam estava preso desde o dia 22 de julho deste ano na unidade prisional Penitenciária Serrano Neves, em Bangu, no Rio de Janeiro. A prisão ocorreu após o filho de Marcinho VP se envolver em um confronto com policiais civis.
Na ocasião, o rapper arremessou pedras nos policiais que foram até sua casa cumprir um mandado de busca e apreensão. Por conta do ataque, Oruam foi acusado de dupla tentativa de homicídio.
Depois de quase dois meses na unidade prisional, ele foi solto, nesta segunda-feira (29), em cumprimento à decisão de liberdade provisória proferida pelo STJ.