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Cuiabá, 16 de Setembro de 2025
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12 de Julho de 2017, 15h:55 - A | A

PODERES / OPERAÇÃO CASTELO DE AREIA

Acusado de estelionato diz que João Emanuel era quem comandava o Grupo Soy

Apontado como o maior estelionatário do Estado, Walter disse que João Emanuel era responsável por administrar a empresa alvo de investigação da Operação Castelo de Areia.

CAROL SANFORD
DA REPORTAGEM



Em depoimento à juíza da 7ª Vara Criminal, Selma Arruda, nesta quarta-feira (12), o réu da Operação Castelo de Areia, Walter Dias Magalhães afirmou que era o ex-vereador João Emanuel quem gerenciava a Soy Group, empresa investigada por golpes de até R$ 50 milhões contra várias pessoas em Mato Grosso.

Apontado como o maior estelionatário do Estado, Walter disse que João Emanuel era responsável por administrar o CEO da empresa, que tinha sede em Várzea Grande, junto com pai, o juiz aposentado Irênio Moreira Lima, responsável pela operacionalização da Soy Group, e o irmão do ex-vereador, Lázaro Moreira Lima, seria o diretor jurídico do grupo.

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O acusado também responsabilizou o chinês, Mauro Chen, o responsável pelos contratos da Soy Group.

“Coloquei o nome da minha esposa na empresa, mas ela não tinha condições nenhuma de gerir o negócio. Eram eles quem administravam tudo. Eu ia, mas não participava ativamente”, disse ele.

Segundo Walter, João Emanuel era o responsável por visitar clientes e assinar os contratos. "Era ele quem falava se o cliente era bom ou não". Já Mauro Chen, tinha o papel de administrar os valores adiantados pelos clientes da empresa.

Walter disse à magistrada que o chinês ficou com os valores adiantados pelos clientes, porém nunca os devolveu. Foram cerca de R$ 3,2 milhões.

No início do depoimento, o réu disse que aceitou fazer a sociedade com o ex-vereador porque o pai e o irmão estariam presentes no contrato e ele acredita que João Emanuel não faria nada de ilegal. Eles abriram a empresa em 2015.

Conforme ele, o custo de abertura da Soy Group foi bancado por ele, sendo que o sócio majoritário era a esposa, Shirlei Aparecida, com 70% da sociedade. João Emanuel, Irênio e Lázaro ficaram com 10%, cada.

Ele negou todos os golpes aplicados às supostas vítimas, afirmando inclusive que irá ressarcir os valores.

"Tenho como devolver tudo às vítimas, que para mim não são vítimas, mas clientes. Ao fim do processo, pretendo quitar de forma parcelada. Inclusive o que ficou com o Chen", relatou o acusado.

Para o promotor de Justiça, César Danilo de Novaes, o relato de Walter é considerado normal como autodefesa.

"Ele jogou a culpa para terceiros. Mas não é isso que a investigação aponta. Ele teve participação ativa em todos os negócios", pontuou César Danilo.

Ao fim do depoimento, os advogados de defesa do réu pediram a revogação da prisão preventiva, já que Walter está há onze meses detido. A juíza vai analisar o pedido durante as alegações finais do processo.

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