RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
Mesmo após deixar a prisão, por força de uma liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a defesa da ex-primeira-dama de Mato Grosso, Roseli Barbosa, não descarta a possibilidade dela ser presa novamente já nos próximos dias. Isso porque a 1° Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado, ainda não analisou o mérito do habeas corpus negado pelo desembargador Rondon Bassil na última segunda-feira (24).
A previsão é que o julgamento do mérito seja analisado por três desembargadores de Mato Grosso, esta semana.
A situação é parecida com a do ex-deputado José Riva (PSD) que também antecipou o pedido, mas neste caso não prosperou porque foi negado pela ministra Maria Thereza de Assis Moura
“O mérito é julgado normalmente até porque o ministro Reinaldo Soares consignou que a liminar é deferida sem prejuízo da tramitação do habeas corpus aqui no TJ. Então ela fica com a liminar deferida no STJ, mas há a impossibilidade da cassação da liberdade até que o Superior Tribunal de Justiça analise e delibere novamente”, disse o advogado Ulisses Rabaneda.
Acontece que logo após ter o pedido de liberdade negado pela Justiça do Estado, os advogados de Roseli ‘atropelaram’ o processo e fizeram o pedido ao STJ, apostando na negativa da Justiça mato-grossense no julgamento do mérito.
RepórterMT

Para não ser fotografada e filmada pela imprensa, Roseli se abaixou no banco traseiro da viatura.
A situação é parecida com a do ex-deputado José Riva (PSD) que também antecipou o pedido, mas neste caso não prosperou porque foi negado pela ministra Maria Thereza de Assis Moura, sob alegação de se posicionar apenas depois que a matéria fosse analisada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Mesmo assim Rabaneda se mostrou confiante na decisão favorável do TJ. “O habeas corpus será julgado aqui, mas há uma liminar do STJ deferida, com o julgamento do mérito na Justiça de Mato Grosso essa situação se soluciona, mas é evidente que precisará desse trâmite do julgamento no colegiado”, argumenta a defesa.
A ex-primeira-dama Roseli Barbosa deixou o 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros, no fim da tarde desta quinta-feira (27), onde estava presa, em cela especial desde o último dia 20. Para não ser fotografada e filmada pela imprensa, a esposa do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), se abaixou no banco traseiro da viatura. Roseli usava uma camisa branca e os cabelos estavam ondulados, seu estilo natural, sem chapinha.
Para não ser fotografada e filmada pela imprensa, a esposa do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), se abaixou no banco traseiro da viatura ao deixar o Batalhão do Corpo de Bombeiros, onde estava presa.
Rabaneda reafirmou que sua cliente está muito abalada com a prisão. “O abalo é emocional, mas ela demonstrou tranquilidade perante a magistrada, reafirmou seu compromisso de comparecer aos autos do processo”, reafirmou que respeita as decisões judiciais e aceitou todas as condições.
MEDIDAS CAUTELARES
O delator disse que a ex-primeira-dama do Estado, exigia 40% do lucro obtido por meio dos contratos fraudulentos e o restante era divido entre o suposto grupo criminoso.
Entre as condicionantes impostas a juíza Selma Rosane Arruda, da 7° Vara Criminal de Cuiabá, a mesma que decretou a prisão, determinou que Roseli fica proibida de manter contato com qualquer outro investigado do caso. Ela também não pode se aproximar da Secretaria de Trabalho e Assistência Social do Estado, sendo obrigada a se apresentar à Justiça todo dia 27 de cada mês, além de ter que entregar o passaporte e estar proibida de deixar o estado de Mato Grosso sem comunicar à Justiça.
ACUSAÇÃO
A ex-secretária de Estado Trabalho e Assistência Social (Setas) presa pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em seu apartamento em São Paulo, se diz inocente das acusações do Ministério Público do Estado (MPE), na “Operação Arqueiro”, de dar prejuízo ao erário com desvio de R$ 8 milhões na Secretaria de Trabalho e Assistência Social (Setas) durante os anos de 2012 e 2013, período em que ela comandou a pasta.
Segundo fontes do MPE, o empresário Paulo César Lemes disse em delação premiada que a ex-primeira-dama do Estado, exigia 40% do lucro obtido por meio dos contratos fraudulentos e o restante era divido entre o suposto grupo criminoso.