CELLY SILVA
DA REDAÇÃO
A defesa do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) pediu o cancelamento do reinterrogatório na ação penal referente à operação Sodoma 1, que ocorreria na manhã desta quarta-feira (9), na Sétima Vara Criminal de Cuiabá.
A audiência havia sido solicitada pela defesa de Silval para rebater as afirmações de Nadaf, que o apontou como líder de um esquema de corrupção e disse ter sido ameaçado de morte, possivelmente a mando do ex-governador.
Conforme o havia divulgado, Silval pretendia se defender de acusações feitas pelo réu confesso Pedro Nadaf, que confirmou a existência do esquema de corrupção na antiga gestão do Executivo estadual, denunciada pelo Ministério Público Estadual (MPE), e disse que havia sido vítima de ameaças de morte por parte do ex-chefe de gabinete de Silval, Sílvio Corrêa, possivelmente a mando do ex-governador, além de relatar a participação de outros ex-secretários.
Silval, Cursi e Sílvio pedem e juíza concede novos depoimentos
A defesa entendeu que não há mais necessidade de novo depoimento pois os reinterrogatórios de Sílvio Corrêa e do ex-secretário de Fazenda Marcel de Cursi, que foram ouvidos nos dias 21 e 25 de outubro, já foram suficientes para desmentir a versão apresentada por Nadaf
No entanto, a defesa entendeu que não há mais necessidade de novo depoimento pois os reinterrogatórios de Sílvio Corrêa e do ex-secretário de Fazenda Marcel de Cursi, que foram ouvidos nos dias 21 e 25 de outubro, já foram suficientes para desmentir a versão apresentada por Nadaf e, inclusive, mostraram que, ao contrário do que havia sido dito por Nadaf, ele não foi transferido do Centro de Custódia de Cuiabá (CCC) por medo de retaliação dos demais réus, mas sim porque manteve conduta rebelde, chegando a agredir verbalmente agentes penitenciários.
Ex-secretário diz que dono da Tractor Parts mentiu sobre esquema
"Nadaf beijou agente e andava só de cueca na cadeia", diz sílvio Corrêa
Com o cancelamento da oitiva de Silval, o processo parte agora para a fase de alegações finais, último passo antes que a juíza Selma Rosane Santos Arruda profira sua sentença.
No entanto, a defesa do ex-governador, que é composta pelos advogados Valber Mello, Ulisses Rabaneda, Arthur Osti e Francisco Faiad, além do escritório Almeida Castro, em Brasília, aposta em uma possível anulação do processo, por meio de um habeas corpus impetrado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e que está sob a relatoria do ministro Antônio Saldanha Palheiro.
Neste HC, a defesa pede a anulação da operação Sodoma 1 com o argumento de que a magistrada extrapolou os limites de sua atribuição ao interrogar o delator João Batista Rosa, dono da Tractor Parts, antes da homologação de seu acordo de delação premiada com o MPE. Este mesmo procedimento da magistrada foi motivo para a declaração de sua suspeição e consequente afastamento do processo da operação Ouro de Tolo, onde figura como principal ré a ex-primeira dama Roseli Barbosa, esposa de Silval.
Juíza Selma Arruda é julgada suspeita e TJ anula ação contra Roseli Barbosa
Para fortalecer o argumento, foi juntado ao pedido de liberdade a cópia do acórdão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) que determinou a suspeição de Selma Arruda na ação contra Roseli.
O requerimento já está há mais de um mês concluso ao relator e deve entrar a qualquer momento na pauta da Sexta Turma do STJ. A expectativa da defesa é que o julgamento ocorra ainda neste ano, ainda mais porque esta será a primeira oportunidade que o ex-governador terá de ser julgado no mérito. Todas as demais revogações de prisão ocorreram em caráter liminar, como foi o caso da operação Sodoma 1 e da Seven. No momento, Silval ainda está preso no Centro de Custódia por conta das operações Sodoma 2 e 3.
Com relação a estes últimos processos, já existe pedido de habeas corpus impetrado no STJ por conta da operação Sodoma 2. A ação penal da Sodoma 3 foi aceita recentemente pela juíza Selma Arruda.