CELLY SILVA
DA REDAÇÃO
A delação do empreiteiro Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construtora, pode complicar autoridades com prerrogativa de foro privilegiado de Mato Grosso, como o governador Pedro Taques e o deputado federal Nilson Leitão, ambos do PSDB.
Eles podem ser investigados pela Procuradoria Geral da República (PGR), comandada por Rodrigo Janot, mas conforme apurou o , a PGR não deve abrir procedimento contra o governador.
O promotor Marco Aurélio Castro, chefe do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), remeteu à instituição o termo de colaboração premiada que firmou com Guizardi.
“O que nós temos é uma remessa ao procurador-geral da República e ele vai fazer os necessários encaminhamentos”, disse Castro.
Outro político que também pode ser investigado é o presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf (PSDB).
Por ser autoridade estadual, o caso do parlamentar foi remetido ao Núcleo de Ação de Competência Originária (Naco), do Ministério Público Estadual (MPE).
“Tudo o que se relaciona ao Caixa 2 e a pessoas com foro privilegiado é remetido para as respectivas instâncias. O Gaeco só cuida da parte daqueles que não têm foro”, explicou o chefe do Gaeco.
Caso as investigações sejam transformadas em ações judiciais, Taques e Leitão podem ser julgados, respectivamente, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Maluf, pelo Tribunal de Justiça.
Isso, no entanto, vai depender de provas que devem ser elaboradas a partir das declarações de Guizardi.
“Eu não tenho como afirmar qual vai ser o foco da PGR, se vai atuar em relação a deputado A ou deputado B, porque é o órgão que tem o controle dessas provas”, afirmou o promotor.
Propina
Nas declarações do delator ao Ministério Público Estadual (MPE), os nomes dos tucanos aparecem relacionados a um suposto Caixa 2.
Guizardi afirmou, por exemplo, que o dono do buffet Leila Malouf, Alan Malouf teria doado R$ 10 milhões para a campanha de 2014 de Pedro Taques.
Guilherme Maluf foi citado como detentor de “real poder político” na Secretaria de Estado de Educação (Seduc) - onde ocorreram as fraudes em licitações de obras –, e o que receberia maior porcentagem das propinas cobradas de empreiteiros.
Nilson Leitão teria sido o responsável pela indicação do ex-secretário Permínio Pinto (PSDB) e, por isso, também teria recebido parte do dinheiro ilícito.
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William 07/12/2016
Como Taques é amigo de Janot, certamente esse vai dizer que não há provas suficientes. Pizza pronta.
JOSÉ LUIZ 07/12/2016
SE O. PROCURADOR GERAL FOSSE OUTRO PODERIAMOS ATE ESPERAR ISENÇAO. MAS ESSE AI SE COMPORTA COMO UM MERO DESPACHADOR OU TA NEM AI QUANDO E DA TRUPE
2 comentários