CELLY SILVA
DA REDAÇÃO
O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE), deve cumprir, a qualquer momento, os demais decretos de condução coercitiva e busca e apreensão, em continuidade à terceira fase da Operação Rêmora, denominada, "Grão Vizir".
A operação foi deflagrada na tarde de quarta-feira (14) contra o empresário Alan Malouf, dono do Buffet Leila Malouf.
Ele é acusado de fazer parte de um suposto esquema de fraudes em licitações de obras da Secretaria de Estado de Educação.
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Conforme se apurou, o alvo do mandado de condução coercitiva seria outro empresário ligado ao suposto esquema de fraudes.
Ele teria sido apontado pelo delator da operação, o empreiteiro Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construtora.
Guizardi também foi o responsável pela prisão de Alan Malouf, a quem acusou de ser um dos chefes da suposta organização criminosa que comandou as fraudes na Seduc, entre o início de 2015 até 3 de maio deste ano, quando o esquema foi desmantelado pela Operação Rêmora.
De acordo com a delação, por meio de um suposto financiamento de R$ 10 milhões à campanha do governador Pedro Taques (PSDB), em 2014, Malouf teria obtido poder junto à Seduc, com o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Guilherme Maluf (PSDB), que seria o detentor do poder político na pasta.
Interessado em resgatar seu “investimento”, Alan Malouf teria convidado Giovani Guizardi para operar o esquema de cobrança de propinas de empreiteiros e fraudes em licitações de obras de escolas estaduais, o que já foi confirmado por diversos outros empresários que fizeram parte do cartel ao longo da ação penal que tramita na 7ª Vara Criminal.
Grão Vizir
O nome da operação faz alusão à denominação de alguém que era um ministro e conselheiro de um sultão, ou rei da antiga Pérsia.
O termo significa literalmente ajudante.
Grão-Vizir era a mais alta autoridade, depois do sultão, durante o Império Otomano, e era considerado como um representante deste e atuava em seu nome.
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