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Cuiabá, 01 de Outubro de 2025
01 de Outubro de 2025

01 de Outubro de 2025, 11h:34 - A | A

GERAL / MENSAGENS VAZADAS

Procurador cita Porsche de juiz e lamenta sua “classe social inferior”

Em grupo de WhatsApp, procuradores reclamam de salário e citam Porsches de desembargadores para mostrar que estão em outra “classe social”

RAMIRO BRITES
DO METRÓPOLES



Uma troca de mensagens entre membros do Ministério Público de São Paulo (MPSP) no WhatsApp mostra o descontentamento de procuradores por não receberem salários equivalentes e nem terem o mesmo padrão de vida dos desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

No grupo de WhatsApp, intitulado “Equiparação Já”, o procurador Marcio Sergio Christino (foto em destaque) comenta que os magistrados estão andando de Porsche e que os membros do MPSP são considerados de uma “classe social inferior”, segundo mensagens obtidas pelo Metrópoles.

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“Vocês já andaram de Porsche hoje?”, questionou Christino no sábado (20/9), antes de relatar um almoço com desembargadores proprietários de carros da marca luxuosa.

“Parece que ficamos acostumados com o desnível financeiro e social que nos colocamos em relação à Magis [magistratura]”, disse o procurador. “Só lembrei disto agora porque no Instagram de um desembargador amigo está uma foto dele andando de Porsche pela Rodovia Bandeirantes com o teto solar aberto. Isto me lembrou do almoço onde eles [desembargadores] discutiam justamente isso. E lembravam que os três comensais haviam comprado o mesmo carro”, completou.

Na sequência, o procurador lamenta que os vencimentos pagos aos membros do MPSP estão mais próximos ao dos servidores do órgão do que ao dos magistrados.

“Vcs sabiam que percentualmente a diferença entre nós e os desembargadores é maior que a diferença entre nós e os analistas? Ou seja, estamos mais perto de sermos vistos financeiramente como funcionários do que como iguais. Não é à toa que os sorrisos maliciosos nos sejam dirigidos. A ideia de sermos secretários de juízes está fazendo escola. Infelizmente. Isto confirma o que eu havia dito antes: agora estamos em uma classe social inferior”, desabafou Christino.

A conversa sobre os carros de luxo continuou durante a semana e recebeu o apoio de outra procuradora, Valéria Maiolini, que fez o relato de um juiz que acabara de comprar seu terceiro carro de colecionador, acumulando R$ 1 milhão em carrões, enquanto os membros do MPSP brigavam “para receber o mínimo”.

“Um conhecido meu juiz acabou de comprar o terceiro carro de colecionador! Mais de 1 milhão só em carros de colecionador para ficar na garagem e sair só de final de semana! E nós aqui precisando brigar para receber o mínimo do que temos direito”, disse Valéria, que recebeu R$ 90 mil só no mês de junho deste ano e tem média salarial de R$ 70,8 mil nos últimos 9 meses.

O grupo de Whatsapp “Equiparação Já” foi criado para reivindicar uma carreira para promotores e procuradores com vencimentos semelhantes aos da magistratura. Nele, os membros do MPSP defendem penduricalhos, que são benefícios e remunerações extras dadas a servidores públicos, hostilizam colegas que se opõem aos privilégios e ridicularizam outras carreiras, como a de professores.

Em uma das conversas, Christino diz que os vencimentos dos membros do MPSP estavam se equiparando aos do “magistério”, em vez de se aproximar aos da magistratura. “E, pior não há mudança de perspectiva à vista, estamos nos tornando igual a magis… magistério”, ironizou.

Leia matéria completa em Metrópoles.

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