APARECIDO CARMO
DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTERMT
Moradores de áreas invadidas na região da Avenida Contorno Leste, em Cuiabá, realizam uma manifestação na porta da prefeitura na manhã desta segunda-feira (30). Eles pedem que o prefeito Abilio Brunini (PL) não deixe que eles sejam retirados do local.
Abilio foi até os manifestantes por volta das 10h30. Sob forte escolta policial, o prefeito destacou que o núcleo criado pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário para resolver a questão trabalha com a realocação de 172 famílias, que foram identificadas como sendo vulneráveis no relatório produzido pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc).
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O prefeito também disse que uma eventual compra do terreno pela prefeitura necessita de uma nova análise dos números divulgados pela Assistência Social do Estado. Ele também cobrou recursos de deputados federais e estaduais para ajudarem a conseguir o recurso para aquisição do terreno, avaliado em R$ 20 milhões.
“Estão pensando em um novo local para realocação. Esse levantamento que é feito é para identificar as famílias que serão realocadas para um novo assentamento ali perto mesmo. Eu não estou dizendo se concordo ou não, estou dizendo o que está lá. O que eu preciso que vocês entendam? Que vocês têm que pedir na Assistência Social do Estado ou no Ministério Público do Estado a reanálise do caso de vocês. Se o relatório estiver equivocado é lá que têm que pedir uma nova análise”, explicou.
“A nossa Assistência Social tentou ir até o local, só que foi ameaçada. A nossa Assistência Social tentou ir até o local, tentou verificar algumas unidades e foi ameaçada”, destacou.
Abilio disse que está disposto a ajudar, mas que a equipe de Assistência Social do município precisa ter acesso ao local. Ele disse que a Prefeitura pode até mesmo ajudar no pedido de reavaliação do relatório, mas que precisa conhecer a população que vive ali.
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O que dizem os moradores
Em conversa com a imprensa, a mãe solo Maria das Dores Bispo Freire, que estava com os três filhos na manifestação, disse que se for retirada do local, não tem para onde ir.
“Viemos aqui pedir para o Abilio nos deixar lá no lugar onde estamos. Foi tão difícil para a gente construir, para a gente lutar, construir a nossa casa. Não é casa de madeira, não é casa de alvenaria. Tudo tem seu jeito, tem de lona, tem de palete, de zinco. Eu não tenho lugar para onde ir, não tenho família aqui em Cuiabá, não tenho ninguém. Se chegarem de nos expulsar não tenho para onde ir, não tenho para quem eu correr”, disse.
A jovem Victoria Herrera, imigrante venezuelana, disse que está na área invadida há três meses. Ela contou que saiu da Venezuela porque estava passando necessidade e que tem encontrado muita dificuldade por ser estrangeira.
“A gente veio aqui porque estamos precisando de moradia. A gente é estrangeiro, é da Venezuela e não tem a mesma prioridade que os brasileiros. Tem muita dificuldade para nós, a gente quer moradia”, contou.
Daniel Ramalho, representante jurídico dos moradores das áreas invadidas no Contorno Leste, disse que a ação é para chamar a atenção do prefeito de Cuiabá, que já havia prometido apoiar essa população.
“Essa movimentação partiu da diretoria [da associação que representa] os ocupantes para protestar pelo direito de moradia e chamar a atenção do prefeito, que garantiu em audiência pública, na Câmara Municipal, que estaria apoiando o Contorno Leste”, explicou.
Ele disse, ainda, que existe uma determinação de reintegração de posse há quase dois anos.
Ele também negou que os cerca de 5 mil moradores da região sejam empresários. A informação foi divulgada em relatório da Secretaria de Estado de Assitência Social (Setasc).
“Após a reforma trabalhista, todos devem abrir uma empresa para poder trabalhar, ou seja, o pedreiro, o mecânico, o marceneiro. Como a maioria das pessoas que moram ali são trabalhadores, são pessoas que vivem do trabalho, eles têm a empresa aberta. Então é preciso distinguir qual o tipo de empresa, qual o tipo de empresário”, argumentou.
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JORGE 30/06/2025
Infelizmente o pessoal construiu em baixo da linha de alta tensão e atrazam o progresso e agora atrazam o progresso A Avenida é um bem para todos mas o povo não entende grilo em cima de grilos.
1 comentários