MAJU SOUZA
DA REDAÇÃO
O empresário Guilherme Jorge e Giorgi, um dos proprietários da cervejaria Kessbier de Nova Mutum (264 km da Capital), revelou ao que foi afastado de suas funções pelos sócios e vem sofrendo ameaças de morte após ter o nome envolvido em uma polêmica nacional após uma mensagem preconceituosa e misógina.
“O Mapa [Ministério da Agricultura] autoriza uma cervejaria negra? Não tem que ser branca, facilmente lavável, inox, etc?”, comentou cervejeiro de MT sobre nova empresa
“Eu fui afastado das minhas funções, isso está trazendo prejuízo para a cervejaria. Já houve quebras de contratos de fornecimentos de produtos, uma série de situações decorrente disso”, disse Guilherme.
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Na quinta-feira (27), o caso envolvendo o grupo “Cervejeiros Iluminati” virou notícia nacional. Vários prints de comentários racistas e misóginos, contra empresários negros, a empresa Implicantes e mulheres do ramo, feitos pelos participantes, vazaram. O empresário mato-grossense é autor de uma dessas falas. “O Mapa [Ministério da Agricultura] autoriza uma cervejaria negra? Não tem que ser branca, facilmente lavável, inox, etc?”, escreveu no grupo.
Guilherme argumentou que teve sua frase, feita em um grupo privado de amigos, tirada do contexto e que isso trouxe prejuízos e responsabilidades que não são deles. Após ter o nome divulgado, explica que a população de Nova Mutum, onde mora, atribuiu os comentários de outros membros como se fossem dele.
“Estou recebendo ameaças de pessoas, porque estão entendendo que tudo que foi publicado nas mídias mato-grossenses foi eu quem falei. Sendo que não é real, eu tenho uma única mensagem. As pessoas não entenderam e estou sendo agredido por causa disso. Isso está muito complicado”, desabafa.
Sobre o afastamento da empresa, ele afirma que os sócios estão “emputecidos” com a situação.
"Eu fui afastado das minhas funções, isso está trazendo prejuízo para a cervejaria", revela Guilherme
O empresário volta a ressaltar que em nenhum momento teve intenção de atacar a empresa Implicantes e seus proprietários, ele fez uma “brincadeira” com as normas do Ministério da Agricultura, enquanto comentava um debate no grupo.
Guilherme pondera que não tem ligação com outras situações que foram expostas e comentadas no grupo, com os ataques à sommelier Sara Araújo, ou às marcas feministas. Ele pede desculpas se alguém se ofendeu com o comentário, e afirma que jamais teve a intenção de prejudicar ninguém e que não eram comentários públicos.
O caso
Cervejeiros se envolveram em escândalo nacional após comentários racistas e misóginos serem feitos contra concorrentes negros e do sexo feminino, no grupo de WhatsApp “Cervejeiros Iluminati”. Cerca de 200 pessoas fazem parte do grupo, entre empresários, advogados, mestres cervejeiros e ativos no meio.
Tudo começou com ataques a uma nova empresa, a cervejaria gaúcha Implicantes, que é fundada e gerenciada por negros. A sommelier de cerveja Sara Araújo também foi atacada em conversa, definida como feminista de forma negativa.
No entanto, os ataques não ficaram apenas contra Sara e partiram para mulheres que atuam no ramo. Os homens se referiram às profissionais do meio como "bando de arruaceiras de suvaco cabeludo”.
A Abracerva (Associação Brasileira da Cerveja Artesanal) repudiou o episódio e os responsáveis devem sofrer sanções do código de ética do sindicato.
Racismo é considerado crime de ódio, passível de prisão, de acordo com a lei federal n° 7.716. (veja comentários aqui)
Maria 28/08/2020
Mentiroooooso! Essa psicologia reversa de se vitimar só cola com bovinos.
Hommer 28/08/2020
#naomaiskessbier Guilherme, vc não só deveria ser afastado de suas funções, vc deveria estar preso.
2 comentários