ANA CRISTINA VIEIRA
DA REDAÇÃO
Em entrevista ao site , o professor doutor Sergio Pereira do Santos, do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Educação, da UFMT, afirmou que negar que existe o racismo é uma forma de continuar sua reprodução. "A sociedade tem que ser reeducada para que certos espaços, principalmente os de poder, não devam ser definidos por características raciais, sociais ou de gênero".
Ele citou situações cotidianas em que o racismo acontece e embora associadas também a questão social, como a pobreza, o fato de existir pessoas negras ricas não vai blindá-las de sofrer preconceito."Eu e um colega, também professor doutor da UFMT, fomos abordados por policiais, que colocaram armas em nossas cabeças, que não acreditaram que éramos da UFMT e ainda deram coronhadas na nossa cabeça por avaliarem que éramos suspeitos. Qual critério que colocou para concluir que dois negros são suspeitos?", indagou, ponderando que "claro que existe a seriedada na polícia, porém a ideologia racial penetra na cabeça das pessoas, de brancos e negros, são mentalidades anti-negro, o negro também pode reproduzir a ideologia que prejudica ele próprio".
Sobre o incidente envolvendo o jornalista da TV Globo, William Waack, cuja frase vazada trazia conteúdo racista, o professor afirmou que traduz o pensamento da sociedade de uma forma geral e repudiou o fato de que isso ainda ocorra nos dias atuais. "O jornalista foi o porta-voz de uma expressão que caracteriza nossas mentalidades sociais, a forma como o racismo é estruturado. Achar que é uma simples frase da cultura brasileira é dizer que temos uma cultura brasileira racializada racista, quando um jornalista branco fala aquilo ele está falando de mais da metade da população brasileira".
Sérgio comentou que as pesquisas provam que os negros são prejudicados em vários aspectos. "No judiciário, o advogado que vai atender a população negra é menos qualificado, a morosidade do processo demora mais. No SUS, o atendimento é menor, a população negra é menos tocada pelo médico", afirmou apontando pesquisas sobre o tema.
Confira a entrevista na íntegra:
Rosângela Pereira de Oliveira 21/11/2017
Parabéns pela reportagem! E parabéns ao professor por contribuir com uma reflexão tão relevante!
Luiz Gustavo 20/11/2017
Racismo é crime! Vamos mudar a mentalidade Brasil
Maria Regina 20/11/2017
Pode ter certeza que vão vir comentários racistas. Racismo é crime, parabéns pelo professor pelo trabalho
Carlos 20/11/2017
Minoria, como a Ministra Luislinda Valois que busca somente privilégios, vagas em universidades e em concursos públicos, nem que pra isso tenham que fortalecer a todo tempo o racismo. Como se a questão não fosse econômica hoje, como se um negro que estudou em escolas privadas de alto nível precisasse de vagas, como se um negro rico tivesse que ter vagas garantidas que poderiam ser de um negro pobre ou de um pardo ou de um branco pobre. Hipócritas!
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