ANA CRISTINA VIEIRA
DA REDAÇÃO
Em entrevista ao site , a presidente do Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso (Imune), Antonieta Luisa Costa, afirmou que é preciso ir além da política de eventos temáticos realizados neste mês de Consciência Negra, destacando as diversas políticas de ações afirmativas, principalmente na educação, como a lei 10.639, que trata da questão étnico-racial.
Para a pedagoga e geógrafa, também Conselheira Estadual de Educação de Mato Grosso, a lei é um trabalho efetivo no cotidiano escolar. "A educação tem um papel fundamental na transformação da sociedade. Quando eu educo o meu aluno, a minha aluna para entender a diversidade, para viver essa diversidade, entendendo que meu coleguinha negro tem as suas características, seu cabelo pixaim, sua pele escura, e tem os mesmos direitos que eu, os mesmos anseios que eu com meu cabelo liso, com meus olhos azuis, ou não, a gente precisa entender que o nosso país tem essa diversidade", pontuou.
Para Antonieta, a consciência negra independe do tom de pele. Ela comentou que o racismo existe, porém muitos o praticam confiando na impunidade brasileira. Para a pedagoga, o racismo é um problema que afeta até mesmo negros que conseguiram prosperar financeiramente. "Se o racismo fosse social, Thais Araújo, Sheron Menezes, Maju, Lázaro Ramos não seriam discriminados, pois são economicamente bem-sucedidos, mas você percebe como o país é racista, que, apesar da inserção social as pessoas ainda vão na sua rede social te discriminar".
Quando se trata das mulheres, ela alerta que é ainda mais difícil, pois mulheres negras sofrem triplamente a agressão. Para se ter uma ideia, o Dossiê das Mulheres Negras do Brasil aponta que as mulheres negras da região Centro-Oeste se encontram em pior estado de exclusão.
Confira a entrevista na íntegra:
maria elisabeth souza 20/11/2018
Antonieta, mulher maravilhosa e competente.
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