ANA ADÉLIA JÁCOMO
Gerido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães é considerado um dos maiores cartões-postais de Mato Grosso. A Cachoeira Véu de Noiva é um símbolo histórico das belezas naturais do local, no entanto, empresários do turismo e mesmo cidadãos, que buscam lazer na famosa queda d’água, denunciam o descaso e o abandono.
Segundo a secretária de Turismo da cidade de Chapada dos Guimarães (60 quilômetros de Cuiabá), Sônia Bezerra, o Véu de Noiva não está fechado para visitação, no entanto, a estrutura para receber os visitantes foi classificada por ela como “precária”.
A secretária sustenta que apesar de o instituto Chico Mendes ser responsável pela gerência do local, o Governo do Estado teria que pensar em investir na qualidade do ambiente, uma vez que Cuiabá será uma das cidades-sedes da Copa do Mundo, em 2014.
“O responsável pelo local é o Instituto Chico Mendes; fizeram uma trilha de acesso ao Mirante, mas precisa de uma boa reestruturação, de um olhar diferenciado do Governo, até mesmo em vista à Copa. Há um projeto da Secretária Estadual de Turismo para que todo o complexo das cachoeiras seja revitalizado, mas não foi efetivado ainda. No véu de Noiva, a trilha está precária. O turista quer passear, tirar fotos e ir embora. Pedimos ajuda até mesmo paras a duplicação da rodovia, que ainda não foi finalizada”, disse Sônia, se referindo ao projeto de duplicação da Rodovia Emanuel Pinheiro.
O empresário Alberto Kreds, proprietário da empresa de turismo Chapada Explorer, cogitou a possibilidade de o sucateamento do local ser motivado por interesses financeiros, como a concessão do parque à uma empresa privada multinacional. Além disso, ele afirmou que os guardas ambientais chegam a destratar os turistas, impondo regras em excesso e dificultando o acesso ao mirante, único ponto aberto ao público.
“Os turistas reclamam da falta de estrutura. A trilha é cercada com tela laranja de construção. Isso causa uma impressão ruim, de abandono. É revoltante. No lugar de natureza colocaram aquele material plástico. Tenho a impressão que não querem que as pessoas frequentem lá. Os guardas são mal educados, muito restritivos, querem que as regras, criadas por eles, sejam cumpridas. Vem ‘lobby’, de empresas com interesse de conseguir a concessão e ganhar dinheiro. Acho que esse abandono é proposital, pra desestabilizar o entorno e gerar conflito”, declarou Alberto.
O RepórterMT tentou contato com o chefe do Parque Nacional, Cecílio Vilabarde Pinheiro, no entanto, até a edição desta matéria ele não havia atendido às ligações. O RepórterMT também entrou em contato com a Secretaria Estadual de Turismo (Sedtur), Teté Bezerra, mas a assessoria de imprensa informou que a secretária não pode responder pelo Véu de Noiva, apenas o referido instituto.
Veja fotos do local:
Local paradisíaco vive dias de abandono.
Mauro Figueiredo 23/02/2013
ESSE TAL DE CECÍLIO VILABARDE E O INSTITUTO CHICO MENDES PARECE QUE ESTÃO EM OUTRO PLANETA. IMPEDEM OS INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS PARA A MELHORIA DO PARQUE, IMPEDEM A DUPLICAÇÃO TOTAL DA RODOVIA CUIABÁ-CHAPADA, ENQUANTO OS TURISTAS SOMEM E AS PESSOAS MORREM NESSA ESTRADA. E NINGUEM FAZ NADA, A SOCIEDADE ACEITA CALADA. É IMPRESSIONANTE ISSO. AGORA ESSE NOVO ÂNGULO DE SE VER O CAOS CRIADO, PARECE QUE TEM SENTIDO. ENTREGA-SE O PARQUE PARA UMA MULTINACIONAL, OS EMPRESÁRIOS NATIVOS FICAM CHUPANDO DEDOS E ALGUNS QUE DECIDEM SOBRE O PARQUE, PODEM EMBOLSAR MUITO. É INTERESSANTE ESSA VISÃO. CADÊ O MP?
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