ANA ADÉLIA JÁCOMO
A Câmara de Vereadores de Cuiabá amanheceu nesta segunda-feira (9) sem um presidente, pelo menos um que se declare titular do posto. Eleito pela maioria, João Emanuel (PSD) foi afastado judicialmente, contudo, a Secretaria de Comunicação da Casa sustenta que não houve qualquer notificação judicial para que ele se afaste.
O vice-presidente Onofre Júnior (PSB) afirmou que não sabe quem irá presidir a sessão que deve ocorrer nesta terça-feira (10) no período matutino. Ele disse que também não foi notificado pela Justiça. “Devo me encontrar hoje à tarde com o João Emanuel para saber como vai ser isso. Não fui notificado ainda e realmente não sei como será”, disse ele.
Líder do prefeito na Câmara, Leonardo de Oliveira (PTB) declarou que o afastamento de João Emanuel, realmente, depende de uma notificação judicial, mas ele fez questão de deixar claro que, caso Onofre não queira assumir o posto, ele terá que renunciar ao mandato. O sucessor na linha da Mesa Diretora é Haroldo Kuzai (PMDB).
“Não tenho a informação sobre quem é o presidente da Câmara. Agora judicializou tudo. Acabou. O que vai resolver depende da Justiça notificá-los. Sei que a decisão proferida determinou o afastamento do João Emanuel por 15 dias”, disse o petebista.
O secretário de Comunicação, Luiz Acosta, garantiu que João ainda permanece presidente. “Até que seja notificado, ele responde pela presidência”. Acosta relembrou que uma liminar foi solicitada na última sexta-feira (6) e, agora, resta a Casa aguardar a decisão do juiz de primeira instância. “A Justiça tem que aguardar o julgamento do recurso. Então voltou tudo a estava zero”.
VOLTA DA ENERGIA
A Câmara ficou quase duas semanas sem energia elétrica no prédio localizado na Rua Barão de Melgaço e, por conta disso, teve suas atividades legislativas suspensas, inclusive as sessões plenárias. Segundo o secretário-geral Aparecido Alves, uma equipe interna resolveu o problema na rede, não sendo necessário contratar uma terceirizada.
“Houve vários curto circuitos na Câmara, mas nós mesmos arrumamos. O técnico trabalha na Casa há 15 anos. Não foi feito a troca de toda a fiação elétrica, até porque para isso precisaríamos de, no mínimo, 30 dias de trabalho com cerca de 30 homens trabalhando. Concertamos os defeitos para poder voltar a trabalhar”.
Alves não soube especificar quanto foi gasto, mas afirmou que o valor foi considerado baixo pela Mesa Diretora. “Trocamos apenas algumas fiações, uns disjuntores e a chave”, disse ele.
A reportagem tentou manter contato telefônico com o presidente João Emanuel, mas até a edição deste material ele não foi encontrado para falar sobre a liminar e nem tampouco sobre seu afastamento.