ANDRÉA HADDAD/ANA ADÉLIA JÁCOMO
Lideranças do PR assumem o ônus político com a renúncia do vice-prefeito eleito de Cuiabá João Malheiros, mas tentam contornar a situação com respaldo à administração do novo gestor, o empresário Mauro Mendes (PSB). Nesta sexta (21), o presidente regional do PR, deputado federal Wellington Fagundes, e o secretário-geral, Emanuel Pinheiro, representante do partido na Assembleia Legislativa, fizeram questão de comparecer ao anúncio dos cinco primeiro secretários de Mendes, pela tarde, no Palácio Alencastro.
Segundo Wellington, Malheiros não havia discutido a possibilidade de renunciar anteriormente com os republicanos. Apesar disso, o presidente regional disse respeitar a decisão do colega, mas não deixa de atentar para a repercussão negativa e o possível desgaste de Malheiros com o episódio. “Foi uma decisão dele e não do partido. É algo pessoal, que ele definiu com a família. Só ele vai responder pelos resultados positivos e negativos dessa ação, não podemos impedir. O povo é quem vai julgar”, salientou.
Para os integrantes da executiva do PR, conforme Wellington, Malheiros justificou que o partido passa a ter mais força na Assembleia, com sete parlamentares, incluindo Malheiros. A declaração, porém, soa estranha pelo fato de Malheiros ter se dedicado exclusivamente à secretaria de Estado de Cultura desde 2011, quando se licenciou do Legislativo para continuar no staff do governador Silval Barbosa (PMDB). O republicano só deixou a pasta para trabalhar a candidatura a vice na chapa encabeçada por Mendes.
Emanuel também lamenta a decisão do colega, mas garante que o PR vai ajudar Mendes na governabilidade. “A renúncia é unilateral, pessoal, vimos com tristeza, não era o nosso desejo. Porém, procuramos entender e vamos focar o mandato dele em Cuiabá. Como deputado, o Malheiros vai ser o melhor vereador que a Capital já teve”, amenizou.
Segundo o secretário-geral, o partido tem indicações com perfil técnico e político para quantas secretarias Mendes precisar. “No município, temos parte na eleição do Mauro, nos sentimos 100% comtemplados, não importa a quantidade e a qualidade, mas sim o sucesso. Estamos conversando sobre secretarias, temos nomes de peso para todas. O PR é um partido coringa”. Ele ponderou que as pastas ainda não foram definidas.
Ao final, Emanuel concordou que há desgaste político para Malheiros, mas tentou amenizar. “A cuiabania não está aceitando essa decisão do Malheiros, e com razão, mas águas passadas não movem moinhos, agora temos que transformá-lo em mais um elemento de força para Mauro Mendes”.
