ANA ADÉLIA JÁCOMO, da Redação
Secretário geral do PR, o deputado estadual Emanuel Pinheiro afirmou neste sábado (3) que a legenda se sentiu desprestigiada com a independência do colega Jota Barreto (PR), que aceitou de pronto o convite do governador Silval Barbosa (PMDB) para desempenhar a função de líder do Governo na Assembleia Legislativa.
Segundo o republicano, não houve qualquer aviso por parte de Jota Barreto e a sigla só ficou sabendo da decisão do governador por meio da imprensa. Após dias de especulação, Silval anunciou o novo líder na última quarta-feira (31).
“Quando foi convidado pelo governador, ele deveria ter pedido um tempo para conversar com o resto do partido, para traçarmos metas e estratégias. Da maneira como foi, não é legal. O partido foi desprestigiado e isso não pode ocorrer. O governador está no controle da decisão, mas não é bem assim”, criticou ele.
Emanuel afirmou que o nome de Jota Barreto era cotado, assim como da deputada Teté Bezerra (PMDB) e Alexandre César (PT). No entanto, não havia, segundo ele, qualquer indicativo de que o PR fosse ocupar o posto, que consiste na articulação e viabilização de emendas parlamentares.
“Foi tudo muito improvisado. Não entendo porque essa ‘sangria desatada’. Podia esperar mais uns 15 dias para conversarmos internamente, mas agora resta ao Jota Barreto fazer uma reunião com a bancada”, avaliou o secretário.
EXPECTATIVAS
Após três anos ocupando a função de mediar a relação entre o Executivo e a Assembleia, Romoaldo Júnior (PMDB) – que responde como presidente da Casa temporariamente – deixou a liderança sob o argumento de que não conseguia respaldo para viabilizar emendas. O peemedebista disse que o chefe da Casa Civil Pedro Nadaf (PR) dificultava os trabalhos.
Emanuel saiu em defesa de Nadaf e disse que Romoaldo deixou a liderança porque vinha tendo dificuldades para desempenhar dupla função: de presidente e líder do Governo.
“Romoaldo saiu por conta da sobrecarga. Com o afastamento do deputado José Riva, ele acabou assumindo a presidência. Ele já vinha sendo questionado sobre o acúmulo dos cargos. É incompatível, não estava indo bem. A alternância, por si só, sugere um melhor desempenho na articulação e atendimento de pleitos”, disse ele.