ANDRÉA HADDAD
Após “roubar a cena” durante as eleições em Cuiabá com denúncias contra a chapa do empresário e prefeito eleito Mauro Mendes (PSB), o ex-secretário extraordinário da Copa do Mundo de 2014 (Secopa), Eder Moraes, vai prestar depoimento nesta sexta (21), na Polícia Federal, às 8h.
Ele foi um dos responsáveis pela denúncia de compra de votos feita contra a coligação do socialista, que acabou resultando na detenção do ex-goleiro do Mixto Esporte Clube Paulo César, o “Gatão”.
Em 25 de outubro, Eder e o tenente Willian Dias, trabalhando no setor de inteligência da campanha do vereador petista Lúdio Cabral, acionaram a Polícia Militar ao supostamente perceberem que Gatão distribuía dinheiro a 100 cabos eleitorais, na porta de casa, no bairro Cidade Alta. Segundo Willian, o suspeito percebeu e escondeu o dinheiro em casa. À época, ele e Eder garantiram ter registros fotográficos do episódio.
Gatão chegou a ser detido e levado para o Cisc Planalto, onde foi dispensado por falta de provas após prestar depoimento. Menos de 24 horas depois, a coligação encabeçada por Mendes convocou coletiva para esclarecer que Gatão não estava com dinheiro e fazia a “chamada” oral dos cabos eleitorais no momento em que Willian e Eder apareceram em um carro vidro fumê.
Na ocasião, partidários de Mendes, como o secretário-geral do PR, o deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR), confirmaram que denunciariam a chapa adversária por abuso de poder econômico, autoridade, poder político e uso da máquina pública.
Segundo o republicano e demais lideranças da coligação, o secretário chefe da Casa Militar, coronel Ildomar Nunes Macedo, foi o responsável por determinar a ordem de prisão de forma ilegal. “Foi o coronel Macedo quem levou o pessoal para o Cisc Planalto, sendo que se houve mesmo compra de votos, o certo seria encaminhá-los à Polícia Federal. Vamos acionar o coronel Macedo nas esferas criminal, eleitoral e na corporação", disparou Mendes à época.