A Gazeta
DA REDAÇÃO
Estudantes de Mato Grosso que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são contra a suspensão da prova pela Justiça Federal. Para eles, uma nova prova deveria acontecer somente com os prejudicados. No Estado, foram 116.129 inscritos. O ministro da Educação Fernando Haddad afirmou que tentará convencer a juíza Karla Maia, do Ceará, a rever a decisão ou entrará com recurso.
Estudante de Filosofia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Lucas Vinícius Macieski, 19, afirmou que não fará novamente o exame, caso a Justiça determine. "É a segunda vez que problemas acontecem com o Enem. Não dá certo. Ele (Ministério da Educação) deve esquecer desse lance de fazer o provão".
Para Vinícius, os sucessivos problemas mostram que as vagas para o curso superior devem ser decididas nas próprias universidades.
Iane Lara, 17, diz que a prova deve ser realizada apenas para "os poucos" que se sentiram prejudicados. "A gente rala o ano inteiro para acontecer isso. É uma falta de ética do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)".
Outra estudante indignada é Aline Correia, 16. Ela acredita que o problema é "uma clara demonstração do valor que o MEC dá para os alunos desse país". Já Luis Fernando Santos, 23, é mais otimista e acredita que o MEC irá reverter a decisão judicial. "É injusta. Eu fui bem".
Para o coordenador pedagógico, Paulo Andrade, o cancelamento é a única forma de garantir a isonomia e lisura da prova, que apresentou problema no gabarito, erros nos cadernos amarelos e teve o tema da redação divulgado no Twitter uma hora após o início do certame, por um jornalista de Pernambuco que usou o celular de dentro da escola em fazia a avaliação.
"Sou contra e a favor ao mesmo tempo. O cancelamento é ruim, mas a permanência também é complicada", avalia o diretor da Escola do Farina, Sidney Farina. Ele destaca que mais uma vez o Enem não é realizado a contento, ano passado a prova teve que ser adiada depois de ter sido roubada. "Estamos à deriva. O MEC e o Inep não sabem o que fazer".
A reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Maria Lúcia Cavalli Neder, afirma que a instituição está tranquila, visto que precisará do resultado somente em fevereiro, quando as vagas das faculdades começam ser preenchidas. A reitora descarta, por enquanto, a possibilidade de mudar o método de ingresso na UFMT e garante que o Enem democratizou o processo seletivo, permitindo que pessoas de todas as partes e classes sociais participem da concorrência. "Estamos muito satisfeitos com o resultado do Enem passado. Para nossa tranquilidade, 2 terços dos alunos aprovados são do Estado". (Leia mais na Página 7)