DA REDAÇÃO 13h19
Em entrevista ao RepórterMT, a presidente da subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) em Várzea Grande, Cida Cortez, ressaltou que a operação Caça Fantasma idealizado pelo prefeito da cidade, João Madureira dos Santos, não passa de uma medida populista para apresentar a sociedade uma ação de controle do governo, que esta causando constrangimentos aos servidores. Para ela, se existe funcionários fantasmas é porque alguém autorizou estas contratações. Citando que o próprio prefeito, vereadores e secretários podem estar envolvidos.
"É muito fácil acusar algum servidor da prefeitura de estar envolvido nestas contratações fantasmas, mas não é ele quem autoriza contratações, e sim pessoas com autonomia, ligadas ao primeiro escalão do executivo de Várzea Grande", enfatizou Cida.
Na manhã de hoje (04) uma multidão causou tumulto na porta do ginásio Fiotão na cidade industrial. Mais de 600 servidores da educação estão sendo recadastrados pela prefeitura. A operação que segundo o gestor municipal vai identificar os funcionários fantasmas.
Para Cida, a ação mostra que o prefeito não tem pessoas competentes para realizar uma investigação administrativa interna."Está operação expõe os servidores da prefeitura, e vem causando transtorno a todos, além dos prejuízos ao erário, pois paralisa as atividades dos servidores, e vem sendo realizada em horário comercial. "O prefeito precisa canalizar está responsabilidade a alguém, ao invés de expor e causar inconveniência aos servidores".
Cida salientou que Madureira ao invés de realizar essa operação sem futuro, deveria rever a situação da educação de Várzea Grande, que esta em estado de calamidade pública. "As escolas estão todas abandonadas pela prefeitura, a maioria não tem fiação elétrica em condições de uso, as paredes estão todas detonadas, a estrutura interna toda sucateada e falta merenda constante nas escolas".
O sindicato dos professores vai recorrer à justiça para suspender o recadastramento dos servidores, para isso, Cida revelou que, a primeira providência será convocar uma auditoria e enquadrar o secretário ou gestor que esteja cometendo crime administrativo.
"Não existe fantasma que entra para folha de pagamento sem autorização do chefe maior", disse a presidente do Sindicato dos professores de Várzea Grande.
Entenda o caso:
O prefeito de Várzea Grande Murilo Domingos (PR), teve seu mandato cassado pela Câmara Municipal de Várzea Grande, por usar empresa fantasma para vender produtos da Casa Domingos à Prefeitura. Murilo responde ainda por sete processos na Justiça por improbidade administrativa, sendo dois instaurados somente no mês de fevereiro.
Em todos, ele, é acusado de desviar recursos dos cofres públicos por meio da contratação irregular de empresas, muitas delas fantasmas. Outros quatro casos similares já são investigados também em inquéritos policiais e outros dois foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE). Uma das supostas irregularidades é o excesso de servidores públicos. A prefeitura empregava 6500 pessoas.
Assumiu a prefeitura de Várzea Grande, o presidente da Câmara, o vereador João Madureira dos santos, que de imediato começou a operação Caça Fantasma à procura de funcionários que recebem salário sem aparecer no serviço. No mês passado, Madureira chegou a demitir 398 servidores suspeito de receberem, dias depois 180 foram recontratados e voltaram ocupar seus cargos.