ANA ADÉLIA JÁCOMO, da Redação
Efetivado como deputado estadual em janeiro deste ano, Pedro Inácio Wiegert, o Pedro Satélite (PSD), entrou no lugar de Percival Muniz (PPS), que ganhou a eleição de prefeito em Rondonópolis, em 2012. Satélite afirmou que viveu seis anos isolado politicamente. Segundo ele, por erros políticos e estratégicos. Na expectativa para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa, o parlamentar disse que pretende se candidatar à reeleição e que não quer “errar” novamente, por isso pretende fazer a próxima campanha com humildade e em parceria com as bases.
“Eu estou tentando viabilizar uma reeleição. Quero fazer um bom trabalho porque, para mim, que fiquei seis anos como suplente, foi uma escola. Fiquei do outro lado. Depois de cinco mandatos eu percebi que nem tudo aquilo é correto. Estando do outro lado, observamos os erros que cometemos e eu não quero errar novamente”.
“Às vezes achamos que sabemos tudo, mas não sabemos de nada. Tem que ter humildade e ouvir mais. Eu não gostava de ouvir muito. Achava de depois de ter sido prefeito com cinco mandatos de deputado, eu já sabia bastante, mas sabia muito pouco. As vezes quando uma pessoa perde uma eleição tenta arranjar culpados, mas o maior culpado fui eu”, avaliou o deputado.
Pedro Satélite iniciou na política em 1986, na cidade de Guarantã do Norte onde foi vice-prefeito e prefeito. Em 1990 disputou uma cadeira na Assembleia e alcançou a primeira suplência e exerceu o mandato pelo período de três meses. Em 1994 foi eleito deputado estadual, reelegendo-se em 1998 e 2002.
Na eleição de 2006, ficou na 1ª suplência vindo a assumir o mandato por alguns meses. Em 2010, também ficou na 1ª suplência. Este ano assumiu como titular, na vaga deixada pelo então deputado de Rondonópolis, Percival Muniz (PPS).
PROJETOS DO PSD
O deputado afirmou que seu partido já avalia a possibilidade de participar do próximo pleito apenas como parte de uma coligação. A perspectiva refere-se a eleição majoritária, para governador e senador. Para eleição proporcional – deputado federal e estadual – ele acredita que o PSD tem plenas condições de tentar eleger, ao menos, sete deputados estaduais.
“A vontade do partido é ter uma candidatura própria, mas caso não haja, deve existir coligação e o partido já está discutindo isso. Na política, até coisas que parecem absurdas acontecem. Para a estadual, o PSD não dependeria de nenhuma coligação. Poderíamos eleger até sete deputados. Mas para majoritária não tem como deixar de fazer uma coligação. Ninguém ganha uma eleição sozinho”, disse Satélite.
Atualmente, há na Assembleia seis deputados estaduais: Airton Português; Gilmar Fabris; José Domingos Fraga; José Riva; Walter Rabello e o próprio Satélite.
EMPRESA FALIDA
Bens da empresa Transportes Sátelite, que pertencia a família do deputado chegaram a ser leiloados. Os lotes avaliados em R$ 13 milhões foram à leilão por determinação da Justiça do Trabalho para quitar dívidas com ex-funcionários da empresa.
Mesmo apontado como um dos sócios da empresa no site institucional da AL, Satélite disse que estava afastado da direção há mais de 20 anos. Entre outros bens que foram leiloados para pagamento de débitos trabalhistas estão imóveis em Cuiabá, Várzea Grande, Santo Antônio do Leverger e Chapada dos Guimarães. Além disso, houve 26 lotes de bens móveis como ônibus, milhares de litros de combustível e peças de reposição para veículos.
“O grupo era da minha família. Éramos tradicionais em Mato Grosso. Mas tudo tem um início, meio e fim. A maior parte da sociedade ficou magoada, mas não tinha como continuar. Houve uma licitação, mas a empresa não conseguiu participar porque estava em aberto com dívidas federais e por isso acabou parando as atividades. Foi feito acordo trabalhista e não tem nenhuma pendência atualmente”, explicou ele.
GOVERNO SILVAL
Sem atribuir nota ao Governo de Silval Barbosa (PMDB), o social-democrata reconheceu que há erros na gestão do peemedebista, no entanto, preferiu não especificar quais são as falhas mais graves. Satélite afirmou que acredita na finalização de grande parte das obras da Copa do Mundo, que ocorrem em Cuiabá e Várzea Grande.
“Estamos vivendo um momento diferente, mas isso só vamos perceber daqui uns 10 anos. São muitas obras sendo realizadas e em um curto espaço de tempo. Eu diria que o governo Silval tem alguns erros, mas tem muitos acertos, e o acerto maior é a Copa. Será um legado forte. Acredito que a maioria das obras ficas prontas. Todos sabiam da dificuldade de realizar os projetos e temos que torcer para que não dê certo. Sou contra essa política do quanto pior, melhor”, avaliou.