facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 11 de Setembro de 2025
11 de Setembro de 2025

31 de Agosto de 2013, 08h:30 - A | A

POLÍTICA / “BANDEIRA BRANCA”

Onofre admite voltar à base de Mendes; Suelme quer unidade no PSB

Ocorre que o socialista e seu próprio partido não conseguem se entender.

ANA ADÉLIA JÁCOMO



O presidente interino da Câmara de Vereadores de Cuiabá, Onofre Júnior (PSB), afirmou nesta sexta-feira (30) que não existe mágoa entre ele e o partido. Antes se autoentitulando “independente”, o parlamentar agora admite a possibilidade de passar a fazer parte da base aliada do prefeito Mauro Mendes (PSB).

Pensando estrategicamente, o PSB também já ergue a “bandeira branca” para Onofre. Dois dias após a base de sustentação do prefeito afastar por 15 dias o presidente João Emanuel (PSD), a legenda, representada pelo secretário-geral da sigla Suelme Evangelista, afirma que não há ressentimentos entre os pares.

“Eu sempre busquei isso. A questão da eleição da Mesa foi pontual, de foro íntimo. Eu tinha o direito de tomar minha decisão, e pronto. Desde então, eu nunca me recusei a voltar para a base. Eu acho que temos tudo para sentar e conversar. Abrir um diálogo. Mágoas, não temos. Temos mesmo que nos aproximar”, declarou Onofre.

Ocorre que o socialista e seu próprio partido não conseguem se entender. Desde a formação da Mesa Diretora, que elegeu o vereador na chapa oposicionista, o prefeito e Onofre vem se estranhando. Para Suelme, este é o momento de a agremiação se unir no firme propósito de se fortalecer na Capital, com vistas ao pleito de 2014.

EFEITO DAS URNAS

Além de Onofre, o secretário disse que irá buscar uma maior aproximação com o deputado federal e presidente regional do PSB Valtenir Pereira, que sofreu pressão dos correligionários para que saísse do comando do partido, após o escândalo que o vinculou a um suposto esquema de “caixa dois” com a empresa Ideia Digital, da Paraíba.

“Nos próximos dias vai haver discussão com o Valtenir também. Estamos tentando aparar as arestas e conviver com as diferenças, mas dentro de um princípio de unidade e com respeito institucional. Vamos continuar tentando trazer o Onofre para perto da gente. Eu penso que há uma sinalização clara da candidatura do Valtenir em 2014, assim como há outros nomes, então precisamos de união”, disse Suelme.

Sobre as crises entre Onofre e Mauro, Suelme foi enfático ao dizer que o prefeito não é o tipo de homem que guarda rancores. “O Mauro é o cara que menos olha para o retrovisor. Ele tem muitos defeitos, mas não remói passado. Ele é proativo. Num futuro breve conversaremos pacificamente”, declarou o secretário.

EXEMPLO PETISTA

Suelme demonstrou preocupação com os rumos da sigla. Ele citou como exemplo as brigas internas do Partido dos Trabalhadores (PT), que ficou em frangalhos após diversos embates entre a ex-senadora Serys Marly e o ex-deputado federal Carlos Abicalil. A disputa por espaço interno no PT se repetiu no último pleito, quando o ex-vereador Lúdio Cabral disputou a Prefeitura de Cuiabá.

Serys voltou a ter problemas partidários e pediu a desfiliação no auge do segundo turno, levando consigo mais de 300 filiados. Os dissidentes foram fazer campanha para Mauro Mendes e Lúdio foi derrotado. Suelme disse que por isso teme ver seu grupo político esfacelado no próximo pleito.

“O PSB tem um ‘p. time’. A deputada estadual Luciane Bezerra, Valtenir, Onofre, o vereador Adilson da Levante e o próprio Mauro. Nós somos ‘o novo’ da política. Enquanto o ‘velho desce a serra’, nós subimos. O PT rachou uma vez e rachou de novo depois. Só subtraiu e perdeu várias eleições. Andaram na contramão da emergência do partido por falta de condução partidária”, avaliou ele.

Suelme reconheceu as falhas e apontou a “inexperiência” política como motivo de tantas discórdias. Para ele, ainda há tempo de recuperar a unidade da sigla. “Todos nós pagamos pela inesperiência de estar no poder. Agora, temos mais 3 anos e 4 meses de gestão para recompor o cenário. Teremos uma página virada na nossa história. ‘Guerra’ dentro de casa é o pior cenário”.

Comente esta notícia