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Cuiabá, 19 de Maio de 2024
19 de Maio de 2024

01 de Setembro de 2013, 20h:03 - A | A

POLÍTICA / ONOFRE RIBEIRO

“Guerra com a Câmara não respingaria em possível projeto de reeleição de Mendes"

Onofre disse que a Câmara, que veio com uma proposta de renovação, acabou exercendo o mesmo mandato desastroso das antigas gestões

ANA ADÉLIA JÁCOMO



Prevendo um enorme desgaste da imagem pública para a Câmara de Vereadores de Cuiabá, o analista político e jornalista Onofre Ribeiro afirmou que a crise entre o Poder Legislativo e Executivo não deve respingar no prefeito Mauro Mendes (PSB). Para ele, a Casa tem travado uma “guerra” perdida com o socialista, que tende a sair vitimizado dos embates para entrar na disputa pela reeleição.

“O que vamos ver daqui pra frente será uma longa guerra de tribunais. Mas temos que ser justos ao dizer que o desgaste maior é para a Câmara, até porque o que ela vota é quase sempre irrelevante. A cidade também não deve ser prejudicada. A sociedade não está interessada na Câmara, a verdade é essa. Quem vai ganhar com essa crise é o prefeito, que agora vai ficar com um espaço político só para ele. Acredito que a Câmara vai votar os projetos ‘de joelhos’ daqui em diante”, disse o analista.

Onofre disse que a Câmara, que veio com uma proposta de renovação, acabou exercendo o mesmo mandato desastroso das antigas gestões. Antes da eleição de João Emanuel, o vereador Júlio Pinheiro (PTB) respondia pela presidência. Ele foi responsável pela aprovação da concessão da extinta Sanecap à CAB Ambiental e acumulou forte desgaste por confessar que sofria de problemas com álcool após agredir a esposa e ir parar na delegacia.

A crise entre João Emanuel e Mauro Mendes começou desde a formação da Mesa Diretora, quando o social-democrata conseguiu se articular com aliados de Mendes e conquistou a presidência. “Essa confusão é uma espécie de desaguamento da conquista da Mesa Diretora. Na época, houve uma ruptura, que era até normal, mas o que a sociedade esperava é que isso fosse aplainando com o tempo e apaziguasse. Todos esperavam isso, até porque a Câmara veio com um desgaste enorme, mas a Câmara insistiu em uma postura de confronto e o prefeito respondeu”.

Assim como Mauro, João Emanuel também é político de primeiro mandato. Para Onofre, este seria um ponto determinante na crise: a falta de experiência e traquejo político. “Se fossem dois políticos mais experientes, eles não teriam chegado a isso. Teriam negociado logo no começo. Zerava tudo. Mas ficou um cutucando o outro. Faltou aos dois disposição para conversar. Agora é ‘guerra’ mesmo. Se havia uma parte mais civilizada, ela morreu hoje”, comentou Onofre.

O caso

Durante a sessão ordinária desta quinta-feira, o líder de Mendes na Câmara, vereador Leonardo Oliveira (PTB) apresentou requerimento solicitando o afastamento temporário de João Emanuel (PSD), sob o argumento de que o presidente não respeitou o regimento interno da Casa em diversas ocasiões, principalmente, na criação da CPI dos Maquinários. Na tribuna o petebista mencionou que tais atitudes configurariam quebra de decoro parlamentar.

Surpreso, João Emanuel colocou em votação o requerimento, mas tratou de deixar claro aos parlamentares que quebra de decoro culminaria em cassação, tornando, assim, a cassação, e não o afastamento solicitado, o objeto de votação. O resultado foi que Joao Emanuel permaneceu presidente após a apreciação dos vereadores.

Não satisfeitos, os vereadores da base reabriram a sessão mesmo após duas horas de sua finalização formal. A sessão foi reaberta pelo vereador Haroldo Kuzai (PMDB) onde só estavam presentes os vereadores de sustentação do prefeito. Nessa sessão extraordinária eles votaram o afastamento de João Emanuel.

 

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