ANA ADÉLIA JÁCOMO
O ex-secretário Extraordinário da Secopa Eder Moraes (PR) deu um tom de ameaça ao comentar a ação judicial movida contra ele pelo vice-governador Chico Daltro (PSD), que o processa por calúnia, injúria e difamação.
“Eu não contratei lobista. Quem deve muita explicação à justiça ele. Acho ótimo ser processado por ele, é uma grande oportunidade de colocar o ‘preto no branco’, de falar as coisas como elas são”, disparou.
Eder também afirmou que ainda não foi notificado e que até o momento não tinha conhecimento da ação judicial. Contudo, garantiu que não teme e que, assim que for chamado em juízo, irá falar mais sobre Chico Daltro.
Em tom de ameaça, afirmou que a ação judicial “caiu como uma luva”, já que poderá fazer do seu depoimento uma espécie de fórum, com mais de 500 testemunhas a seu favor. “Injúria e difamação? Eu vou levar umas 500 testemunhas para depor. Não estou sabendo, mas se eu for notificado vou saber responder à altura. Eu acho que a ação será um excelente oportunidade para se colocar a verdade em juízo. Se me chamarem, eu vou falar mais sobre o Chico Daltro".
A rixa entre Daltro e Eder tornou-se pública após o portal UOL ter divulgado uma matéria, há duas semanas, contendo denúncias do ex-assessor especial da vice-governadoria Rowles Magalhães, que davam conta de um esquema de propina. Segundo a reportagem, o Consórcio VLT Cuiabá teria desembolsado R$ 80 milhões a membros do governo para vencer o certame. Leia aqui.
A doação do projeto de viabilidade, usado para fundamentar o projeto do VLT (veículo leve sobre trilhos) foi doado pelo Fundo de Investimento Infinity, representado por Rowles. Na época a Secopa era dirigida por Eder Moraes, que também foi o responsável pelo processo licitatório através do Regime Diferenciado de Contratação (RDC).