MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO
Blairo Maggi (PR) definitivamente não será candidato e a partir de agora será bem mais complicado para conseguir financiadores de campanha. Esse é somente parte do cenário previsto pelos analistas políticos Alfredo da Mota Menezes e João Edisom, após o efeito do escândalo promovido pela quinta fase da Operação Ararath realizada pela Polícia Federal, nessa terça-feira (20), que envolveu boa parte dos principais governantes de Mato Grosso
"Podem até provar a inocência, mas até ter um resultado, na eleição o que vai ficar para o eleitor é a imagem atual"
Na análise de Alfredo, o episódio Ararath descartou qualquer possibilidade do senador Blairo Maggi lançar sua candidatura ao governo do Estado e fortaleceu o grupo político do pré-candidato ao governo Pedro Taques (PDT).
“Machucou muito a candidatura do Wellinton Fagundes ( PR) ao Senado e fortalece a candidatura do Jayme Campos (DEM) [ao Senado]. Eu já dizia há mais de seis meses atrás, que Blairo não seria candidato a governo e agora definitivamente não é”, frisou.
Para o analista, o principal complicador para o grupo da base governista é que o escândalo que envolveu seus grandes líderes [senador Blairo Maggi, deputado José Riva (PSD) e o governador Silval Barbosa (PMDB)] ocorre a pouco tempo antes das eleições.
“Podem até provar a inocência, mas a Justiça é lenta e até ter um resultado para dizer que não tem nada disso, até a eleição o que vai ficar para o eleitor é a imagem atual”, pontuou.
Já para o analista João Edisom, as complicações que giram em torno das campanhas eleitorais vai ainda mais além.
“Todo esse processo aí vai afetar o financiamento de campanha. A relação que os empresários têm com a política muda quando começam as operações. Até porque, muitos empresários que estão ali, podem ter entrado na lista inocentemente. Então, muitos agora que poderiam investir na política vão se recolher. Muitos candidatos vão ter dificuldades de arrecadar para essa campanha”, analisou.
Para João Edisom, alguns dos envolvidos na quinta fase da Ararath, podem até conseguir provar sua inocência, mas os estragos da Operação sobre o grupo da base governista, já pode ser sentido na “periferia política”. Já no palanque, sua opinião é que por enquanto muitos vão preferir não comentar.
“Talvez [a Operação] não seja objeto de discurso no palanque ainda, porque muita gente está temerosa. Até pelo “andar da carruagem”, a Operação cinco não deve ter sido a última. Em função disso devem surgir novos fatores e ela não deve ser ainda conclusiva. Aí fica a história quem vai ficar fora, quem não vai entrar? Então, não dá para falar muito. Já na periferia da política, na discussão ali do cabo eleitoral, aí já está”, ressaltou.