MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO
O ex-presidente da extinta Agecopa, que renunciou em 2010 ao cargo de comando do órgão hoje denominado como Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), disparou contra os sucessivos atrasos e problemas das obras que seriam preparatórias para a Copa do Mundo, que atualmente têm se destacado com a interdição recém inaugurado viaduto Jamil Nadaff e a paralisação das obras da trincheira do Santa Rosa.
"As pessoas que estavam comandando a Agecopa, de obra não sabiam separar um prego de qualquer outra coisa e virou no que virou. Só interesse político”
Em entrevista ao RepórterMT, Sachetti frisou que as obras ainda inacabadas e interditadas são reflexos de investimentos que foram feitos de última hora, sem critérios técnicos e com foco em interesses políticos.
“Tudo isso é consequência de uma gestão que foi voltada para a política, e não focada na parte técnica. As pessoas que estavam comandando a Agecopa, de obra não sabiam separar um prego de qualquer outra coisa e virou no que virou. Só interesse político”, disparou.
Sachetti ressalta que o governo decidiu o que fazer e como seria feito sem repassar à sociedade o real ‘custo’ dessas mudanças.
“A sociedade vai pagar uma conta caríssima, sem ter sido conversado com ela como deveria ter sido feito. Fizeram audiências públicas vergonhosas, sem discutir com a sociedade. Obras foram marcadas sem prazo final. Está aí para quem quiser ver, não precisa falar”, declarou.
O ex-presidente relembra que já havia alertado para as questões enfrentadas hoje por Cuiabá e Várzea Grande e destaca que esse foi o motivo que o levou a deixar o cargo.
"A sociedade vai pagar uma conta caríssima. Fizeram audiências públicas vergonhosas, sem discutir com a sociedade".
“ À época eu alertava para isso. Eu saí da Secopa justamente por isso, interferência política na condução da obras. Eu não concordava com a forma que estava, fazendo porque obra tem que ser cuidada tecnicamente, não politicamente. Obra tem que ser feita com critérios técnicos que preencham os requisitos de segurança, de qualidade e não fazer obra de última hora, sem o devido projeto”, destacou.
Para o ex-presidente da extinta Agecopa muitas obras, em especial o VLT, foram feitas sem real necessidade, mas para servirem como propaganda.
“Isso a gente na época alertava, que estava se fazendo obra por interesse político, não por necessidade. Um exemplo era o VLT. Nós alertávamos. Tínhamos assinado o contrato já do BRT, com custo de R$ 400 milhões e de repente deixaram de lado o contrato. Foram lá, buscaram R$ 1 bilhão e 400 milhões só para fazer o VLT, que está agora parado, sem estudo de integração. Agora que começaram depois da metade da obra feita, a fazer os estudos de integração com a parte modal dos ônibus ,então foi uma forma muito leviana de conduzir as obras”, criticou.
Ainda sobre a implantação do VLT, que tem gerado a sensação de insegurança na conclusão da obra, já que não se vê o desenvolvimento da mesma, Sachetti pontua defende que à época o ex-governador, atual senador Blairo Maggi (PR), foi contra a implantação do sistema ao invés do BRT e aponta apenas a atual gestão como responsável.
“Quem se posicionava contra, era contra Cuiabá, era contra a modernidade . Usaram jargões para jogar a população contra quem se posicionava favorável à própria população. Agora é hora da gente discutir estamos na eleição. Quem são os responsáveis por esse desastre do VLT em Cuiabá? Agora é a hora que tem que aparecer quem foi que contratou o VLT. Quem foi tirar foto lá na Espanha, na frente dos carros? É só pegar os jornais. É só pegar essas fotos”, ressaltou.