Com o voto até do próprio líder, Mendes tem veto derrubado

ANDRÉA HADDAD

Com o voto do líder do prefeito na Câmara, vereadores por Cuiabá derrubaram o veto do chefe do Executivo, Mauro Mendes (PSB), ao reajuste no salário do próprio socialista. Todos os parlamentares foram favoráveis à promulgação da mensagem com a majoração de 63% nos proventos, menos Onofre Júnior, curiosamente do mesmo partido do prefeito.

Em pé de guerra com Mendes, o vereador justificou que, ao reajustar os vencimentos do gestor, a Casa automaticamente estaria legalizando o incremento também nos salários dos próprios parlamentares.

No início do mês, Mendes “cortou” a majoração do próprio salário, previsto para passar de R$ 14,3 mil para R$ 22 mil, conforme matéria aprovada pela Câmara. Antes disso, ele já tinha suspendido o reajuste de 25% na alíquota do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e mantido o percentual de 0,4% cobrado em 2012.

A majoração no valor do IPTU foi questionada pela Mesa Diretora do Legislativo, presidida por João Emanuel (PSD), que tem Onofre de primeiro vice-presidente. O social-democrata alegou à época que houve falhas processuais no trâmite do procedimento interno de aprovação da matéria na Casa. Por outro lado, entende que não há vícios na matéria referente ao reajuste dos parlamentares.

Pela medida aprovada e não sancionada pelo socialista, que deixou para a própria Câmara a majoração, os salários dos vereadores passam de R$ 9,2 mil para R$ 15 mil. A verba indenizatória de R$ 15 mil subiria para R$ 20 mil por mês.

Além disso, cada um dos 25 parlamentares embolsa R$ 17 mil para pagar os salários dos funcionários contratados a fim de ajudá-los a legislar. A Câmara deve receber mais de R$ 30 milhões em duodécimo para 2013. O orçamento geral de Cuiabá previsto é de R$ 1,6 bilhão.