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A distribuição do Mounjaro pelo SUS, em Cuiabá, ainda enfrenta entraves burocráticos para ser incluída no programa público de tratamento da obesidade da Prefeitura da Capital. A informação foi dada pelo prefeito Abilio Brunini (PL), em entrevista ao SBT Comunidade. Em junho, Abilio havia anunciado que planejava destinar R$ 1,2 milhão para o “Projeto Mounjaro”, por meio de um projeto da vereadora Michelly Alencar (União).
Segundo ele, o município já deu início a uma parte do projeto por meio do Programa Escola Aberta Comunidade, que oferece atividades físicas nas escolas. Agora, a prefeitura tenta avançar para a etapa do tratamento medicamentoso, a qual esbarra na ausência de regulamentação nacional.
“Estamos tentando resolver a parte burocrática do serviço de saúde para fornecer o tratamento. Porque o tratamento com Mounjaro, que é o que nós usamos, não é estabelecido pelo SUS. Então, no SUS não existe tratamento com Mounjaro, nem com Ozempic, nem outro tratamento. Se o SUS não oferece esse serviço, logo ele não tem protocolo, não tem procedimento. Então como a gente vai oferecer esse serviço ao SUS sem um protocolo previamente definido no SUS?”, disse.
Abílio destacou que, apesar de ainda não integrar a lista de medicamentos incorporados pelo SUS, o Mounjaro é reconhecido pela Anvisa e demais órgãos de controle sanitário.
“Apesar de não estar como medicamento do SUS, ele é reconhecido pela Anvisa. Todos os órgãos de controle sanitário reconhecem a legalidade e a funcionalidade do medicamento, só o SUS ainda não incorporou o medicamento.”, afirmou.
O prefeito também afirmou que Cuiabá deve ser uma das primeiras cidades do Brasil a oferecer o tratamento na rede pública. Outro desafio, segundo Abílio, é a elaboração dos protocolos clínicos para orientar os médicos da rede municipal, já que não há normativas nacionais a serem seguidas.
“Quando você coloca no SUS um serviço que já está definido e devidamente organizado em outros municípios, outros estados ou até mesmo pela União, fica mais fácil o médico seguir o protocolo. Quando não tem, o médico precisa elaborar estudos, preparar protocolos e organizar tudo. Estou brigando por isso o tempo todo, mas existe um procedimento, uma etapa, mas acredito que em breve a gente vai estar colocando aqui em Cuiabá o tratamento.”, destacou.
Abílio reforçou ainda que o programa não terá finalidade estética. O uso do medicamento, viabilizado por meio de emenda da vereadora Michelly Alencar, será exclusivamente para casos que envolvem risco à saúde.
“Deixando bem claro que aqui no município de Cuiabá, o tratamento que nós vamos implantar com Mounjaro não é para fins estéticos. Não vamos trabalhar para que a pessoa perca peso só para ficar bonita. Vamos trabalhar para que ela perca peso para ter saúde e qualidade de vida. Cada pessoa que a gente consegue fazer perder peso é uma pessoa a menos na UPA por infarto, AVC ou outras complicações de saúde fruto desse problema.”, reforçou.
O prefeito citou a própria experiência com a perda de peso como exemplo dos benefícios pretendidos.
“Eu mesmo, ao perder 24 quilos, tenho um condicionamento físico melhor e uma condição de saúde melhor. Eu já não tenho os problemas que eu tinha quando estava com 124 quilos. Hoje eu tenho uma vida melhor e eu quero essa vida para a população cuiabana.”, finalizou.
