EDUARDA FERNANDES
DO REPÓRTERMT
O ministro Reynaldo Soares da Fonseca, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou pedido de soltura apresentado pela defesa da empresária Julinere Goulart Bentos, acusada de ser mandante do assassinato do advogado Renato Nery, ocorrido em julho de 2024, em Cuiabá.
A defesa alegou que há fragilidade de indícios de autoria e acrescentou que não há gravações ou testemunhas da confissão informal. “Há apenas a afirmação do Delegado de Polícia, em contexto em que ele menciona que a paciente estaria 'bastante abalada, chorando bastante’”.
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Sustentou também que a prisão é medida extrema e pediu a revogação da prisão preventiva com aplicação de medidas cautelares diversas da prisão.
Ao analisar o caso, o ministro disse que ”após meses de investigação, os elementos colhidos apontaram fortes indícios de autoria e prova suficiente da materialidade”.
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Além disso, destacou que o perigo gerado caso ela estivesse solta “é evidente, uma vez que a gravidade dos delitos, em tese, praticados — homicídio qualificado e os indicativos de pertencer a organização criminosa — justificam a necessidade da medida para assegurar a aplicação da lei penal e a ordem pública”, diz trecho da decisão proferida no último dia 1.
Denunciados pelo MP
Julinere e o marido, Cesar Jorge Sechi, são réus pelo assassinato do advogado Renato Nery. Eles foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, que resultou em perigo comum e com recurso que dificultou a defesa da vítima, além de organização criminosa.
Conforme o órgão ministerial, os dois são os autores intelectuais do crime, que teria sido motivado por uma disputa de décadas por terras na cidade de Novo São Joaquim, interior de Mato Grosso.