MAYARA MICHELS
Policiais têm sido, cada vez mais, alvos de bandidos em assaltos cometidos na Grande Cuiabá. Este ano, sete policiais foram baleados por criminosos durante assaltos, um morreu. Para a delegada Elaine Fernandes, da Delegacia de Roubos e Furtos (DERF), a reação do policial a um assalto, quando ele mesmo e a família são as vítimas é instintiva. "Não é reação propriamente dita, mas sim uma tentativa de repressão ao crime. É instinto policial, reprimir o crime, mas é preciso ter cautela e observar o ambiente antes de qualquer atitude. Os bandidos estão mais ousados e não têm nada a perder”, alerta a delagada.
De acordo com a titular da DERF, na maior parte dos casos, quando os bandidos descobrem que a vítima é policial, atiram para matar. “O policial tem o instindo de cumprir seu dever, principalmente quando vê toda sua família sendo feita refém em um assalto dentro da sua própria casa, mas não canso de dizer, tem que ter cautela nessa hora”, afirmou a delegada.
Neste mês, dois policiais foram baleados. O último ferido foi o policial militar, lotado no Batalhão de Operações Especiais (Bope), Gilmar Flores, de 36 anos, que foi alvejado com dois tiros no abdômen, no bairro Parque do Lago, em Várzea Grande. Segundo as informações da Polícia, o PM estava a paisana tentou abordar dois menores que assaltavam um supermercado. Ele foi levado para o Pronto-Socorro e segue internado em estado grave.
Há três dias, o soldado da Polícia Militar, Agripino de Oliveira Filho, de 38 anos, também foi baleado. Ele levou três tiros, durante um assalto na casa dele, no bairro Nova Várzea Grande. Dois homens armados invadiram a casa do militar. Agripino tentou imobilizar o assaltante que fazia a filha refém quando o comparsa atirou. O estado de saúde dele também é grave. Agripino está internado na UTI do HGU.
No dia 22 de julho, o policial civil, Manoel Alves de Almeida, de 55 anos, foi assassinado a tiros durante uma tentativa de assalto ocorrida no bairro CPA IV. Após a reação do policial, os bandidos atiraram e fugiram sem levar nada. Manoel ainda foi levado com vida numa viatura policial, ao Pronto Socorro de Cuiabá, porém, não resistiu aos ferimentos e morreu.
No mês de junho, o soldado da PM, Adão Aparecido de Oliveira Lopes, conhecido como soldado PM Lopes, foi alvejado com três tiros, quando fazia a segurança do Supermercado Bom Jesus, no bairro Cristo Rei, em Várzea Grande. Dois homens armados invadiram o supermercado e atiraram assim que viram o policial.
No mês de maio, o sargento da Polícia Militar, Cláudio Teixeira, 40 ano, foi baleado em uma tentativa de assalto em sua casa, no bairro Jardim Paula, em Várzea Grande. Conforme informações policiais, dois bandidos invadiram a casa do sargento, com a intenção de roubar uma motocicleta. Ao perceber que a vítima era um policial, um deles, que estava armado, atirou no sargento. O tiro atingiu o abdome da vítima que foi socorrida e levado ao Pronto Socorro Municipal de Várzea Grande (PSMVG).
No mês de abril, no bairro Jardim de Alá, em Várzea Grande, houve uma tentativa de roubo, e assim que perceberam que a vítima se tratava de um policial militar, dispararam por várias vezes. Dois tiros atingiram o PM nas costas e de raspão na nuca. O sargento Gabriel foi levado para o Pronto-Socorro e sobreviveu
No mês de janeiro, o policial civil Edmilson da Silva foi baleado na boca, após ser rendido por dois homens armados, que roubaram sua motocicleta, em Várzea Grande. Assim que ele mostrou a carteira funcional dando voz de prisão, um dos ladrões atirou. O disparo atingiu a mandíbula e transfixou.
ATENDIMENTO: Mesmo o Centro Integrado Operações e Segurança Pública (CIOSP) garantindo que todos os chamados são atendidos na mesma forma, com o mesmo nível de urgência, o RepórterMT pesquisou e observou que na maioria das ocorrências, os policiais são atendidos com um pouco mais de rapidez pelos colegas. Policiais nem se quer esperam a chegada do Serviço de Atendimento Móvel e Urgência (SAMU), colocam o colega ferido na própria viatura e levam para o hospital, tentando ganhar tempo. Especialistas em primeiros socorros condenam tal prática e alertam que, em vez de ajudar, os colegas podem acabar comprometendo ainda mais a saúde da vítima.
sidnei 14/09/2012
isso tudo é o retrato do descaso das nossas altoridades , tanto no legislativo como no executivo, que não investem em um plano de governo que venha a coibir essas ações criminosas em nosso estado na área desegurança pública.
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