DA REDAÇÃO
Nove de onze mandados de prisão temporária (5 dias) foram cumpridos, na manhã desta terça-feira (22), pela Polícia Civil, na operação "Narted", deflagrada pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), para apurar fraudes na emissão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Além das prisões efetuadas em residências da Capital, outros cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos em autoescolas, sendo quatro em Cuiabá e um na cidade de Cáceres. Entre os presos estão dois servidores doDepartamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT).
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As investigações comandadas pela delegada Alexandra Mensch Fachone iniciaram no segundo semestre de 2013, para desarticular esquema fraudulento de facilitações na aquisição de CNH's junto ao Detran-MT.
Conforme a delegada, a investigação começou com uma denúncia anônima informando que um funcionário do Detran, responsável pela emissão de CNH’s estava ostentando crescimento patrimonial incompatível com seu salário."A Defaz comprovou a denúncia bem como identificou que funcionários e proprietários de autoescolas agiam em conluio com tal servidor, além de também ser identificado outro servidor do Detran, responsável pelas provas práticas, que recebia propina para beneficiar alunos que se submetiam a referida prova", explicou Alexandra Fachone.
Os mandados foram expedidos pela Vara Especializada do Crime Organizado, Ordem Tributária e Econômica e Administração Pública de Cuiabá. A corregedoria do Detran está acompanhando a operação e auxiliando nas análises dos processos em andamento.
Os presos estão sendo interrogados na sede da Delegacia Fazendária. Segundo a delegada, dois deles foram liberados por contribuir com informações e os demais ao final das oitivas serão levados a Polinter em Cuiabá, para encaminhamentos a unidades prisionais.
Os pagamentos por carteiras de habilitação variavam de R$ 100 a até R$ 3 mil. Conforme as investigações, existiam fraudes cometidas diretamente com o servidor do Detran, onde o candidato não fazia nenhum tipo de prova ou exame. Para a compra integral da carteira, o interessado apenas entregava seus documentos e pagava R$ 3 mil ao servidor, que providenciava a emissão da CNH.
Havia também fraudes que contavam com ajuda de intermediários como instrutores de autoescolas e agentes de pátio das provas práticas do Detran, que cobravam valores menores para "ajudar" o aluno a passar nos testes, entre outras que estão sendo apuradas a partir da deflagração da operação.
A Delegacia irá fornecer mais detalhes do trabalho ao final das investigações.
Participaram da operação 27 policiais civis, entre delegados, investigadores e escrivães. A operação contou com apoio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e da Regional de Cáceres.