VANESSA MORENO
DO REPÓRTERMT
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) pediu a liberdade do biomédico Igor Phelipe Gardés Ferraz, sócio e responsável técnico pelo laboratório BioSeg Segurança do Trabalho, que foi preso sob a acusação de falsificar exames de pacientes. Em manifestação enviada à Justiça nessa terça-feira (02), o promotor Sérgio Silva da Costa defendeu que a prisão preventiva do acusado seja convertida em medidas cautelares, como o monitoramento por tornozeleira eletrônica, mas também a suspensão do registro de biomédico dele junto ao Conselho Regional de Biomedicina.
“O Ministério Público do Estado de Mato Grosso requer a substituição da prisão preventiva do investigado Ígor Phelipe Gardés Ferraz pelas medidas cautelares diversas da prisão”, diz trecho da manifestação.
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Igor Phelipe foi preso preventivamente no dia 15 de agosto deste ano, durante a Operação Contraprova, deflagrada pela Polícia Civil. De acordo com as investigações, o laboratório BioSeg coletava materiais biológicos de pacientes e os descartava, sem fazer qualquer análise.
Em seguida, o biomédico responsável emitia e assinava laudos falsos.
Igor Phelipe foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de estelionato, falsificação de documento particular e associação criminosa. Na manifestação do MP, o promotor ressalta que, embora a polícia tenha concluído as investigações, o Ministério Público ainda investiga o caso, pois ainda há provas pendentes.
Sendo assim, o MP sustenta que a permanência do acusado na prisão durante as diligências pode acabar causando constrangimento ilegal.
“No caso em apreço, em que pese a já comentada gravidade concreta dos delitos, considerando a necessidade de realização de diligências complementares e a dilação de prazo que isso acarretará, torna-se imperiosa a decretação de medida cautelar diversa da prisão em favor do investigado”, disse o promotor.
Além da tornozeleira eletrônica e da suspensão do registro de biomédico, o MP propôs que Igor Phelipe seja submetido a medidas cautelares como comparecimento periódico em juízo, proibição de acesso a determinados locais, proibição de contato com pessoas relacionadas aos crimes e proibição de sair da cidade e do país, obrigando-a entregar o passaporte.
“As medidas cautelares acima expostas são necessárias para a escorreita instrução criminal, evitando-se a destruição de provas e documentos imprescindíveis à apuração dos crimes, como também, coação às testemunhas, além do justo receio de que o investigado Igor Phelipe continue lesionando outros consumidores”, destacou Sérgio Silva da Costa.
O laboratório BioSeg, que possui unidades em Cuiabá, Sorriso e Sinop, oferecia serviços como exames de covid-19, toxicológicos e para detecção de doenças como sífilis, HIV e hepatites. Dentre os clientes atendidos pelo laboratório estão a Prefeitura de Cuiabá, clínicas particulares, um convênio médico e pacientes individuais.
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Além de Igor, foram alvos da Operação outros dois sócios da empresa, Bruno Cordeiro Rabelo e William de Lima. Somente o biomédico foi preso. Os outros dois foram submetidos apenas a mandados de busca e apreensão.
Paralelamente à manifestação do MP, a defesa de Igor Phelipe pediu ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), por meio de um habeas corpus, a liberdade do acusado, alegando que ele já havia sido preso em abril deste ano sob as mesmas circunstâncias e que não há provas de que, após esse episódio, ele tenha continuado emitindo laudos falsos ou que tenha continuado como responsável técnico do laboratório.
A defesa alegou também que, após a prisão, Igor arrumou um emprego de assessor parlamentar na Câmara Municipal de Cuiabá e que agora tem nova profissão definida.
No entanto, após ser preso pela segunda vez, ele foi exonerado do cargo.
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Igor está preso no Centro de Ressocialização Industrial Ahamenon Lemos Dantas, em Várzea Grande.
Wilma Comim 03/09/2025
É uma vergonha. Deveria ter prisão perpétua, pois quantas pessoas talvez até perderam suas vidas por não ter tido o resultado dos exames. Lamentável essa justiça.
1 comentários