GUSTAVO CASTRO
DO REPÓRTERMT
O advogado Douglas Antônio Gonçalves de Almeida, 33 anos, foi identificado pela Polícia Civil como líder de uma organização criminosa responsável por movimentar cerca de R$ 100 milhões em tráfico de drogas e lavagem de dinheiro na Grande Cuiabá. Ele foi preso nesta terça-feira (2) durante a Operação Conductos, que cumpriu 16 mandados de prisão.
Além de Douglas, também foram detidos Francimeire Corrêa de Mesquita, Joaber Eliezer Gonçalves de Almeida, 29, e a irmã do advogado, identificada como Jocelayne Letícia Gonçalves de Almeida, 30, em Várzea Grande. Já Adailton Xavier França, 32, teve a prisão formalizada na Cadeia Pública de Cáceres, onde já estava preso. A operação ainda cumpriu 35 mandados de busca e apreensão, 39 bloqueios judiciais de contas bancárias e o sequestro de cinco veículos.
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A apuração teve início em abril de 2024, quando a Polícia Rodoviária Federal prendeu um motorista de 31 anos em Cáceres, que transportava 153,8 quilos de cocaína em uma van disfarçada de transporte de passageiros. A partir disso, foram identificadas 31 pessoas físicas e oito empresas ligadas ao esquema.
Segundo a investigação, Douglas controlava o processo de ponta a ponta: recebia a droga da fronteira, armazenava em imóveis alugados, negociava com compradores e distribuía tanto na Grande Cuiabá quanto para outros estados.
De acordo com a delegada Bruna Laet, o grupo recebia grandes carregamentos de forma frequente.
“Durante o período de cerca de quatro meses, o grupo recebeu mais de duas toneladas de drogas, armas de fogo e munições, sendo um carregamento por semana. O valor estimado da droga recebida nesse período é de R$ 45 milhões, que corresponde à quantia bloqueada/sequestrada dos investigados”, explicou em coletiva de imprensa.
As drogas, armas e munições eram armazenadas em residências de médio padrão em Várzea Grande, e parte do entorpecente era entregue em locais de grande movimento, como supermercados e terminais de ônibus.
Outro lado
A OAB-MT informou que, por meio do Tribunal de Defesa das Prerrogativas (TDP), acompanhou a operação em Várzea Grande para garantir os direitos do advogado. Quanto a uma possível falta ética, a entidade afirmou que o caso será analisado pelo Tribunal de Ética e Disciplina (TED), que poderá adotar medidas cabíveis.
O nome da operação, Conductos, faz referência ao motorista preso em 2024 com a carga de cocaína, que simulava transporte de passageiros.